Viseu avançará com adesão à Águas do Douro e Paiva com ou sem municípios vizinhos

A Câmara de Viseu vai aderir à Águas do Douro e Paiva mesmo que as autarquias vizinhas não a acompanhem, por esta ser a solução mais rápida e barata para o abastecimento em alta, garantiu hoje o seu presidente, Fernando Ruas.

Segundo Fernando Ruas, numa reunião no passado dia 06, na qual participaram os presidentes das câmaras de Viseu, Nelas, Penalva do Castelo e Sátão e o vice-presidente da Câmara de Mangualde, ficou acordado que todos enviariam ofícios à Águas do Douro e Paiva a manifestar a intenção de aderir ao seu sistema de abastecimento de água em alta.

O pedido de pré-candidatura para adesão da Câmara de Viseu “está disponível, o da Câmara do Sátão também vai estar, segundo diz o presidente, e os outros parece que estão hesitantes”, contou.

Nesse âmbito, Ruas disse que espera reunir nas próximas semanas com os autarcas vizinhos e perguntar-lhes: “esta é a nossa opinião, os senhores querem seguir-nos?”.

O autarca social-democrata garantiu aos jornalistas que Viseu não ficará condicionado pela decisão dos outros municípios.

“Temos é que avançar. Isto é uma lição importante. Por causa destas situações é que chegámos de 2016 a 2022 com uma mão cheia de nada”, lamentou.

Fernando Ruas referia-se ao facto de, em junho de 2016, ter sido celebrado um protocolo entre os municípios de Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, Vila Nova de Paiva, São Pedro do Sul e Vouzela para a constituição da Empresa Intermunicipal Águas de Viseu. Para o efeito, foram realizados estudos no valor de 226.959 euros (com IVA) mas, em setembro de 2018, os municípios de Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo enviaram um ofício à Câmara de Viseu a informar que não pretendiam aderir à empresa, o que inviabilizou a sua constituição.

Assim, em julho de 2019, os municípios de Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão e Viseu assinaram um protocolo para a constituição de uma empresa multimunicipal de captação, tratamento e fornecimento de água. Neste âmbito, foram realizados estudos no valor de 87.822 euros (com IVA).

“A empresa não teve nenhum passo. A oito (municípios) morreu, a cinco nunca foi formalizada. Por isso é que eu digo: se por acaso não queriam que este presidente ou outro qualquer tivesse outra posição, que agora contestam, tivessem andado”, afirmou Fernando Ruas.

Este assunto mereceu um debate aceso na reunião pública de hoje entre Fernando Ruas e o socialista João Azevedo, atual vereador da oposição, que foi presidente da Câmara de Mangualde até 2019.

No entender de João Azevedo, “tem que haver um debate público sobre esta matéria” e ver que tarifário será aplicado com a adesão ao sistema da Águas do Douro e Paiva.

“Queremos que se explique como é que se faz uma obra numa conduta que traz água do Douro e Paiva para Viseu, onde é que está, qual é o ponto de ligação. Mas o mais importante disto tudo é que a nova Barragem de Fagilde seja efetuada”, frisou o vereador socialista, lembrando que “havia o pressuposto da criação da empresa intermunicipal”.

Fernando Ruas mostrou-se convencido de que a água “ficará mais barata” com a adesão à Águas do Douro e Paiva, do que se fosse constituída a empresa intermunicipal.

“Isso para mim é importante, mas é secundário. Eu quero é que daqui por dois, três anos, haja água em Viseu. Porque se houver uma seca como aquela que houve em 2017 ninguém está a perguntar se ela é mais cara dez cêntimos ou onze cêntimos, temos é de garantir a água a Viseu” considerou.

Por outro lado, esta será uma solução que se concretizará “entre dois a três anos”, enquanto com a empresa plurimunicipal “nem daqui por seis”, acrescentou.

Às críticas de que com a solução agora encontrada se deitou dinheiro fora, Fernando Ruas respondeu: “deitou, porque se encomendou um estudo que custou este montante para oito municípios e depois, exatamente por iniciativa de Mangualde, de Penalva do Castelo e de Nelas, desfizeram isto”.

No que respeita ao estudo para a constituição da empresa dos cinco municípios, considerou que os cerca de 87 mil euros não foram deitados fora, porque ainda poderá ser aproveitado, visto tratar-se de um plano geral de abastecimento de água.

“Os outros (226.959 euros) deitaram-se fora e têm responsáveis”, sublinhou.

Fernando Ruas disse que está disponível para constituir uma empresa que agregue os cinco municípios, ainda que ela só sirva para “fazer pressão” junto do Governo para a construção da nova Barragem de Fagilde.

“Não se percebe porque é que a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) não anda com a barragem, porque a barragem é sempre necessária. Ou com a Águas do Douro e Paiva ou com a empresa intermunicipal, a barragem de Fagilde é sempre necessária e é da responsabilidade da APA”, frisou.

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