A Câmara de Vila Real abriu o concurso público para a musealização da antiga Central Hidroelétrica do Biel pelo preço base de 728 mil euros, segundo o anúncio publicado hoje em Diário da República (DR).
Vila Real inaugurou no século XIX uma pioneira rede de energia elétrica, pela mão de Emílio Biel. Em 1894, entrou em funcionamento, no rio Corgo, a primeira central hidroelétrica de serviço público do país, alimentando a rede local de distribuição de eletricidade até 1926.
Para recuperar o espaço, que se encontra ao abandono e em avançado estado de degradação, a Câmara de Vila Real elaborou um projeto que candidatou a fundos comunitários e que terá ainda a comparticipação de privados.
De acordo com o anúncio do DR, o preço base da empreitada “Musealização da Central do Biel e da Quinta do Granjo – Fase 1” é de 728 mil euros, os interessados têm 30 dias para apresentarem as propostas e o prazo de execução da intervenção é de 16 meses.
Esta primeira fase do projeto tem assegurado um financiamento do Provere – Programas de Valorização de Recursos Endógenos – no valor de 305 mil euros. O restante investimento é proveniente do orçamento municipal.
De acordo com a autarquia, a “implementação do projeto passará pela preservação do património existente, fechando o espaço para estancar o processo de degradação, depois de longos anos de abandono”.
Os trilhos de acesso à central serão também recuperados no âmbito de um projeto complementar, que já está em execução, e que visa o alargamento do parque Corgo para a zona das escarpas, ampliando os percursos naturais e colocando pontes e passadiços.
O investimento global do projeto rondará os 1,7 milhões de euros.
A segunda fase do projeto compreenderá a construção de um sistema de elevação (vagonetes) e a recuperação de alguns dos mecanismos eletromecânicos originais da Central do Biel e da Fábrica do Granjo.
O município celebrou ainda um protocolo com a Dourogás, a primeira empresa do concelho a associar-se a esta iniciativa.
A empresa irá patrocinar a componente interativa do projeto que incluirá, nomeadamente, a criação de uma página na Internet, o desenvolvimento de uma aplicação mobile e a instalação de totens interativos.
Também hoje, em DR, foi publicada a abertura do concurso público para a reparação da pista do aeródromo de Vila Real, já anunciado na semana passada pelo município.
Os interessados têm 14 dias para apresentarem as propostas à empreitada “reparação pontual da pista do aeródromo municipal” e o prazo de execução da obra é de 60 dias.
O preço base da empreitada é de 335 mil euros, mais IVA, elevando o valor para os cerca de 350 mil euros, num investimento do orçamento municipal.
Em julho, o município anunciou o encerramento do aeródromo municipal “por tempo indeterminado” à operação de aviões, depois de ter sido detetado “um perigo de abatimento na pista”.
Em consequência do encerramento da pista aos aviões, Vila Real deixou de ser paragem na carreira aérea que liga Bragança a Portimão (Faro), com passagem ainda em Viseu e Cascais (Lisboa), e os dois aviões médios anfíbios que ali estavam aparcados, no período crítico de incêndios, foram reposicionados. Os helicópteros continuam a poder aterrar naquela infraestrutura.
O projeto de intervenção na pista, segundo a autarquia, visa “essencialmente a drenagem dos materiais que constituem a base e sub-base da pista e impedir que eventuais águas a atravessem”.