Artigo de opinião de Hugo Ribeiro, diretor executivo da HBR
Tenho um carinho e uma paixão especial pelo interior de Portugal. Por ter nascido e crescido no centro de Portugal e por lá manter raízes familiares, profissionais e emocionais, estou continuamente a apaixonar-me pelo interior e pelas suas pessoas.
Por proporcionar uma qualidade de vida melhor que contrasta com a azáfama e com o stress vivido no dia-a-dia das grandes cidades. Pelo ar puro e pelas paisagens de cortar a respiração. Pela gastronomia muito típica e pelo orgulho nos ex-libris de cada região. Pela maior proximidade e entreajuda das pessoas e pela facilidade com que se fazem amizades para a vida. O interior do país dispõe de recursos únicos para estar na linha da frente em vários setores e, com novas ideias e outros projetos que já estão em vigor, tem capacidade para continuar o seu desenvolvimento. Com o objetivo de atrair novos investimentos e garantir a fixação dos jovens e da mão-de-obra mais qualificada.
O caminho pode passar pela aposta em áreas como o turismo, que pode vir a ser um motor do crescimento económico e social no interior. Um setor com um enorme peso na economia portuguesa e embalado pelos inúmeros prémios de melhor destino a nível internacional e cujas receitas aumentam de ano para ano. Nos dias de hoje, e apesar de registar um ligeiro aumento, o número de visitantes e a duração das estadias nas regiões Centro e Alentejo continuam a estar muito abaixo da média de Portugal continental, segundo o Instituto Nacional da Estatística (INE).
Estamos a falar de algumas das zonas mais belas do país e onde se encontram ofertas de atividades e turismo rural únicas e magníficas. Uma terra de oportunidades banhada pelos caudais dos rios, pela imponência dos parques naturais, pelas espécies características de cada zona, pela hospitalidade de quem recebe com os braços abertos. Sem esquecer que o interior é rico em condições, e sem descurar no investimento em outras áreas dos vários setores da economia e infraestruturas que possam impulsionar a região e os seus habitantes.
De modo a fixar a população, atrair mais turistas e fomentar o crescimento económico, a solução deve partir de uma aposta no marketing territorial. Esta é uma tendência que se assume como uma importante ferramenta de trabalho no planeamento estratégico das regiões, num mundo cada vez mais competitivo, marcado pela forte concorrência entre empresas e territórios.
Nos dias de hoje, é urgente revitalizar e promover o interior de Portugal. Colocando ao seu serviço o marketing territorial e partindo para a concretização de projetos que valorizem o território, podendo abrir portas a um futuro mais sustentável no interior do país e para as suas gentes.