Ucrânia: Câmara de Viseu quer ajudar refugiados “em tudo o que for necessário”

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O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, mostrou-se hoje disponível para ajudar refugiados da guerra da Ucrânia “em tudo o que for necessário” e manifestou a vontade de os ver a viver nas zonas rurais do concelho.

“Parece-nos ser ótimo, para quem vem a fugir de uma guerra, o sossego das nossas comunidades mais rurais”, afirmou Fernando Ruas aos jornalistas, no final da reunião do executivo camarário.

O autarca explicou que a Câmara está disponível para ceder habitações aos refugiados, em colaboração com as Juntas de Freguesia.

“Gostaríamos muito de estimular essa vinda”, frisou, considerando que os cidadãos estrangeiros podem ajudar a região Centro a recuperar a população que tem perdido.

Fernando Ruas disse que o Governo deveria dar indicações relativamente ao número de refugiados que se destinam à região e garantiu, desde já, o “sim” de Viseu.

“Na falta dessa informação, recorremos à associação de ucranianos”, acrescentou.

O autarca salientou a solidariedade que tem sido demonstrada pelos viseenses e deu o exemplo de um empresário de Abraveses que se quis associar ao trabalho que a Câmara tem desenvolvido na ligação com o povo ucraniano.

Segundo Ruas, o empresário disponibilizou-se para suportar as despesas com um camião que leve mercadorias para a Ucrânia ou, caso seja considerado mais necessário, um autocarro que transporte refugiados para Portugal.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.

As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.