Teatro Viriato festeja hoje o 20.º aniversário

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Sessão evocativa juntou figuras determinantes no processo de renascimento do equipamento cultural. Presidente da Câmara Municipal diz que o Teatro Viriato é “um caso incomum de descentralização cultural em Portugal”

“O Teatro Viriato é, pelo modelo que esteve na sua origem, um caso incomum de descentralização cultural em Portugal”. Foi desta forma que o Presidente da Câmara Municipal, Almeida Henriques, iniciou a sua intervenção na sessão que evocou os 20 anos desde a reabertura deste equipamento cultural, e que contou com a presença do ex-Ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, do coreógrafo Paulo Ribeiro, do encenador Ricardo Pais, de Paula Garcia, atual diretora-geral do Teatro Viriato, e do jornalista e diretor do jornal Expresso, Pedro Santos Guerreiro.

O Teatro Viriato, continuou Almeida Henriques, constitui “um projeto cultural de sucesso e de referência fora de Lisboa e Porto. Os seus ecos fizeram-se sentir não apenas em território nacional, mas também internacional”.

A sessão serviu ainda para refletir sobre o futuro deste teatro municipal de Viseu, tendo o Presidente da Câmara exortado a uma reflexão que “implica todos e de forma aberta”, desde o Município, ao Estado Central e ao CAEV, enquanto entidade cultural gestora nestes 20 anos, mas também à comunidade local e regional, com destaque para a comunidade cultural, educativa e empresarial.

“Se não podemos viver à sombra de um passado, vivamos na expectativa de um futuro que lhe faça justiça e o renove”, enfatizou.

Na sua intervenção, Almeida Henriques agradeceu ainda a “todos aqueles que construíram os alicerces desta casa e lhe deram fôlego e projeção”.

“O Município está-lhes muito grato e conta também com o seu conhecimento para a reflexão de futuro deste projeto e de outras dinâmicas culturais da cidade”, concluiu.

Na mesa-redonda que se seguiu, o ex-Ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, foi particularmente crítico do atual Governo, a quem deixou duras críticas pelo orçamento de 2019 para o Ministério da Cultura – cerca de 500 milhões de euros.

“É inaceitável é que o orçamento da Cultura deste país seja inferior ao orçamento que tive no último ano em que fui ministro [em 2000, no executivo liderado por António Guterres]. É inferior em cerca de 10 milhões de euros”, referiu.