Sou patriota, localista e bairrista. Definiria um patriota como alguém que se compreende, homem ou mulher orientado para o horizonte do entendimento, ser que não regressa por nunca ter partido. Habitamos numa era pérfida como lobos sonegados nos arbustos, prontos para atacar a mais vulnerável das presas. A falência das virtudes há muito que polui as águas do rio da concórdia e interesses movediços engolem o legado moral de antiquíssimas gerações, tudo por ordem do príncipe coroado da própria Terra. Existe um projecto, tão antigo como ligaduras de múmias, que visa apagar as fronteiras deste mundo. Tudo se resumirá a terra uniforme boiando sobre extensos oceanos. O patriotismo é como um guardião colectivo incumbido de defender os portões da nação. Vejamos a sua definição mais científica: “patriotismo, do grego patriótes, é o sentimento de orgulho, amor, e devoção à pátria e aos seus símbolos. ” – fonte desconhecida. A palavra maestra nesta conceptualização é amor. Sim, amor. É esse fogo sentimento que agiganta as acções do homem, que embebeda os sóbrios de talento em artistas passageiros, que dá oportunidade aos débeis de rivalizarem com Hércules, David ou Viriato.
Qual é uma das promessas mais recorrentes que um amado faz à musa encostada no seu ombro? “Defender-te-ei.” Amar alguém pressupõe defender algo. Como diria Friedrich Schiller, poeta germânico: “Não vale nada um povo que não sabe defender a honra da sua Pátria.”
O patriota, paladino do seu escudo, assume que o país é muito mais do que a sua geografia, do mesmo modo de que a bandeira é muito mais do que um pedaço de tecido. As linhas geográficas são, como os contornos do nosso corpo, são a casa de uma alma, a alma lusitana, mas não existe nenhum espaço físico que consiga acolher tudo o que uma nação representa.
Este sentimento não é refém do arrepio brotado do hino ou do engrandecimento das cores da bandeira, mas de quem se encanta com as façanhas históricas cantadas por Camões, de quem reconhece o nosso papel na humanidade, de quem não se envergonha de viajar pela infinidade dos recantos portugueses, de quem entende a tradição como diplomacia de identidade ou de quem compreende a essência do Quinto Império. Isto é a ligação universal, que faz coexistir o entendimento da criança e do velho, do pai e do filho.
Como escrito anteriormente, cumpre-se uma agenda que procura acabar com esta sensação de pertença, apego e identidade. Alguns partidos desvirtuam, inclusivamente, a realidade histórica, por caprichos políticos globalistas, manipulando os mais desatentos. As ditas organizações, escondidas atrás de valores idílicos como a democracia e a liberdade, são inimigos dos nossos traços identitários. Aos leitores sugiro simplesmente que atentem e vigiem.
Conheceremos muito do que somos se conhecermos o nosso país, desde o mais frugal pedido de um pastel de nata à mais complexa das questões. Orgulho-me e amo os feitos portugueses com o mesmo sorriso que esboço ao assistir às conquistas das pessoas com quem partilho o sangue.
Francisco Paixão