A candidata da CDU à Câmara de Sátão, Sandra Chaves, considera que é a “única sem vícios” na corrida autárquica, por não ser política e que, entre “muitas ideias”, as acessibilidades são “a grande prioridade”.
“O concelho de Sátão não tem nada, falta fazer tudo”, mas “ideias não me faltam”, afirma, à agência Lusa, Sandra Chaves.
“Um dos grandes problemas é a falta de acessibilidades”, não há para Viseu, nem para autoestrada, “e, assim, é impossível trazer empresas. A nossa zona industrial está vazia, porque realmente é impossível transportar o que quer que seja para algum lado”, sublinha.
Para a candidata da CDU, animadora sócia cultural, de 44 anos, não é só na malha viária que o concelho “é pobre nas acessibilidades”, também “falta uma rede de transportes públicos e passeios” nas estradas do município.
“Há tanta gente a fazer caminhadas, mas até isso é difícil, porque tem de se andar nas bermas das estradas. Na própria vila, onde há passeios, em alguns não passa um carrinho de bebé, ou seja, é urgente uma estratégia forte na acessibilidade”, defende.
Assim como os transportes públicos, “porque não há uma rede no concelho e as pessoas não podem circular e as idas ao centro de saúde são feitas de táxi” e, para os mais pequenos, o problema mantém-se, porque “mesmo que não tenham aulas à tarde, têm de permanecer na escola, até os pais saírem do trabalho”, pois “não têm como ir para casa”.
Com transportes entre as freguesias, “também estariam a ser criados postos de trabalho, o que provocaria dinamização no concelho”, que vive “muito da agricultura, mas não tem como escoar os produtos e essa rede também seria uma mais-valia para facilitar as pessoas” nas suas deslocações, sustenta.
“Também é preciso incentivar jovens agricultores, temos produtos muito bons e que não estão a ser devidamente rentabilizados e a feira dos míscaros não é exemplo”, realça, defendendo um certame com “a presença de restaurantes para que as pessoas possam degustar e com isso promover e ajudar a economia local”.
Para Sandra Chaves, a área da Cultura, “ou a falta dela”, é também um dos problemas do município e, quando, “pontualmente”, há “atividades culturais, ninguém tem informação ou acesso a elas, porque acontecem de forma muito discreta e também não há transporte para as pessoas se deslocarem” até aos locais onde decorrem.
“Ideias não me faltam e não é de agora. Não estou a trabalhar só para as eleições autárquicas, nós trabalhamos todos os dias no concelho para melhorar a vida das pessoas. Não sou política e sou a única candidata sem vícios e com trabalho feito no terreno, conheço as reais necessidades dos cidadãos”, assevera Sandra Chaves.
À Câmara Municipal de Sátão concorre também Carlos Miguel, pelo Chega, Vítor Figueiredo, pelo PS, e Alexandre Vaz, pelo PSD, presidente durante 12 anos e atual vice-presidente de Paulo Santos – que não se volta a candidatar e que, em 2017, conquistou quatro mandatos, com 47,65% dos votos.
O grupo independente de cidadãos Pela Nossa Terra (PNT) que, em 2017, contou com o apoio do PS e do CDS-PP, conquistou três mandatos, ao alcançar 38,10%.
Nessas eleições havia 13.824 pessoas inscritas e votaram 55,51% dos eleitores.
As eleições autárquicas deste ano estão marcadas para 26 de setembro.