O Núcleo de Estudos de Doenças Auto-imunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) está a divulgar várias recomendações para prevenir a infeção por COVID-19 nos doentes com imunossupressão, por doenças autoimunes sistémicas.
Nas várias recomendações, pode ler-se:
Deve ser considerado que a maioria dos doentes tem condições de saúde que não permitem a suspensão de fármacos imunossupressores: o risco de agravamento da doença de base ou perda de eficácia dos fármacos é na maioria das vezes superior ao risco de contrair a infeção e de ter complicações da mesma.
A manutenção ou redução da medicação imunossupressora deve ser ponderada caso a caso, de acordo com a gravidade da doença de base e probabilidade de complicações graves da infeção por COVID-19 (nomeadamente comorbilidades associadas). A decisão deve ser tomada pelo internista assistente em consonância com o doente e deve ser tida em linha de conta a semivida dos fármacos utilizados.
Nos doentes com doenças autoimunes sob imunossupressão crónica com exposições de risco (ex. profissionais de saúde, atendimento a público, trabalho em aglomerados comerciais, professores), o contágio com complicações graves pela infeção por COVID-19, à falta de melhor conhecimento científico, deve ser considerado elevado, pelo que também se recomenda:
Comunicação imediata da sua situação de risco profissional à autoridade de saúde local competente.
Esta deve analisar o risco epidemiológico global de todo o agregado familiar.
Devem ser estabelecidas medidas de diminuição de risco de contágio para todo o agregado familiar, que poderão contemplar: alocação laboral de menor risco, trabalho no domicílio com utilização de novas tecnologias ou, se de todo impossível, sugerir o isolamento social profilático.
A manutenção de consultas presenciais hospitalares de controlo e rotina de doentes estáveis, devem ser avaliadas pelo médico assistente. As consultas hospitalares urgentes devem ser mantidas. É muito importante que as Consultas de Doenças Autoimunes se desenvolvam através de formas de contacto virtual com os médicos assistentes responsáveis.
“Estas recomendações não incluem todas as situações possíveis, e não devem sobrepor-se a novas indicações que a Tutela venha a emitir. Os doentes devem cumprir rigorosamente as medidas da Tutela para controlo da disseminação comunitária”, afirma António Marinho, coordenador do NEDAI.