A comissão de utentes dos concelhos de Mangualde, Penalva do Castelo, Sátão e Vila Nova de Paiva reuniu 3.400 assinaturas num abaixo-assinado para exigir médicos e centros de saúde abertos aos feriados e fins de semana.
“São quatro concelhos que se deparam com o mesmo problema e pertencem ao mesmo agrupamento de centros de saúde [ACES Dão Lafões] e, por isso, resolvemos, pela primeira vez, em conjunto, fazer um abaixo-assinado”, adiantou à agência Lusa o representante da comissão de utentes de Penalva do Castelo, António Vilarigues.
Entre fevereiro e abril, explicou, circulou um abaixo-assinado nos quatro concelhos.
O documento conta com a assinatura do presidente de Vila Nova de Paiva, Paulo Marques.
“Foi dos primeiros a assinar e, que saiba, foi o único presidente que assinou o documento”, contou António Vilarigues, lembrando que, dos quatro municípios, três são liderados por socialistas e um só, Sátão, por um social-democrata.
O documento, que “conta com 3.400 assinaturas”, será enviado ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro, assim como aos grupos parlamentares.
Na terça-feira, os representantes dos quatro concelhos vão entregar o documento em mãos aos responsáveis da ACES Dão Lafões, com quem tencionam reunir-se.
Este responsável explicou que, atualmente, “há dois centros de saúde que fecham ao fim de semana, Vila Nova de Paiva e Penalva do Castelo, e os outros dois estão abertos até às duas [14:00] e fecham aos feriados”.
“Como se a saúde tivesse dias marcados com feriados e fins de semana e isto obriga à deslocação dos utentes ao Hospital de Viseu, sobrecarregando as suas urgências com situações que seriam resolvidas nos centros de saúde”, defendeu.
António Vilarigues acrescentou que, além dos horários, também se “exige mais médicos, uma vez que os existentes não estão de acordo com as necessidades, nem com o quadro orgânico, o que é grave”.
Em Penalva do Castelo, o centro de saúde “abrange mais de 7.000 utentes e, em Vila Nova de Paiva, mais de 4.500 e, nos restantes, olhando para os Censos 2021, percebe-se” que passa os 11.00 e os 17.000, em Sátão e Mangualde, respetivamente.
Este responsável disse que, “em tempos, as comissões de utentes realizaram abaixo-assinados individuais, cada um com as suas preocupações, e deram resultado”.