O projeto “Valorização Cultural e Turística de Santiago – Caminho de Torres”, que está a ser desenvolvido, desde 2017, pelas comunidades intermunicipais do Tâmega e Sousa, do Alto Minho, do Ave, do Cávado e do Douro, foi apresentado no passado dia 16 de julho, em Santiago de Compostela, num momento que marca o final de um percurso, mas que assinala também o início de uma nova caminhada rumo à certificação.
Além da temática relacionada com os novos desafios que enfrentam os caminhos de Santiago provocados pela pandemia da Covid-19, na apresentação pública que decorreu na Cidade da Cultura de Galicia, em Santiago de Compostela, foi abordada a questão relacionada com a certificação dos caminhos e o percurso que ainda há a percorrer para, “a grandes passos”, recuperar o atraso relativamente à certificação dos caminhos nos países vizinhos, incluindo também os albergues.
“Este projeto chegou ao destino, a Santiago de Compostela, mas este também é um novo ponto de partida para que sejam criadas novas estruturas ao nível dos albergues, fundamentais para quem caminha. Na nossa região do interior, não há assim tanta oferta, a não ser a privada, cujos custos são demasiado elevados para os peregrinos”, salientou Artur Silva, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, referindo que esse melhoramento passará por um trabalho em rede entre as cinco comunidades envolvidas.
Este trabalho em rede foi enaltecido pelo presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, para quem a chegada a Santiago de Compostela é o resultado de uma colaboração “muito concentrada” entre todas as comunidades intermunicipais.
Luís Pedro Martins referiu, ainda, que apesar do atraso na certificação em relação a outros países, Portugal tem dado “passos muito rápidos”, apesar do retardo provocado pela Covid-19. “Já temos um caminho certificado no Alentejo, temos o da Costa prestes a ser concluído, o Central e do Interior estão muito avançados e agora temos o Caminho de Torres e o Caminho Minhoto Ribeiro. Estamos a recuperar o tempo perdido dado que os caminhos são um dos principais produtos turísticos da Região do Porto e Norte de Portugal”, salientou.
De referir que a certificação é “um selo de qualidade” que, além de permitir uma gestão dos caminhos, confirma que estes preenchem uma série de requisitos de segurança, sinalética, entre outros, proporcionando uma experiência de qualidade a quem por eles caminha, colocando estes trajetos no mapa.
Recorde-se que o projeto, denominado “Valorização Cultural e Turística do Caminho de Santiago – Caminho de Torres”, começou a ser desenvolvido em 2017, num investimento global de um milhão de euros, cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte (Norte 2020), através do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) e que, segundo o presidente do Turismo do Porto e Norte, já desenvolveu uma grande parte do trabalho necessário para ser certificado.