Programa Viseu Património com nova orientação para os próximos dois anos

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O programa municipal Viseu Património vai, nos próximos dois anos, ser reorientado para o património histórico e arqueológico, no âmbito de um protocolo hoje aprovado pelo executivo.

A Câmara de Viseu aprovou hoje um acordo que, segundo o seu presidente, Almeida Henriques, “abre as portas de uma cooperação técnica e científica do Instituto de Estudos Medievais” da Universidade Nova de Lisboa na segunda fase do programa Viseu Património.

O acordo prevê “investigação, desenvolvimento de projetos e formação”, explicou o autarca aos jornalistas, acrescentando que esta cooperação será desenvolvida em articulação com o Polo Arqueológico de Viseu e com o Museu de História da Cidade de Viseu, entre outras entidades e serviços.

A professora e investigadora Catarina Tente, que foi responsável por trabalhos de investigação sobre a Cava de Viriato e o período da pré-nacionalidade portuguesa, assumirá as funções de coordenadora científica do programa municipal, trabalhando em articulação com o vereador da Cultura e do Património, Jorge Sobrado.

Segundo Almeida Henriques, a nova orientação do Viseu Património foi uma das prioridades definidas pelo grupo de reflexão que esteve na origem deste programa municipal.

Na primeira fase, foi desenvolvido um trabalho de investigação e assessoria científica e técnica do Instituto Pedro Nunes da Universidade de Coimbra, coordenado por Raimundo Mendes da Silva, sobre o edificado urbano do centro histórico.

Para a segunda fase, o programa municipal elege como eixos de atuação “aumentar o conhecimento histórico, construindo um plano de investigação articulado e multifacetado”, e “valorizar e salvaguardar o património através do desenvolvimento e implementação de instrumentos e procedimentos”, articulados com o Polo Arqueológico de Viseu e o Museu de História da Cidade, disse o autarca.

“Reforçar e qualificar a educação e comunicação patrimoniais junto da comunidade” e “potenciar a divulgação e notoriedade da história e do património viseenses para além das fronteiras regionais, focando vários públicos-alvo”, são outros objetivos, acrescentou.

Raimundo Mendes da Silva, que foi o coordenador científico da primeira fase, continuará ligado ao programa municipal, integrando o seu conselho consultivo e colaborando em projetos e iniciativas específicas.

Jorge Sobrado disse que, em janeiro, serão apresentados os oito projetos que constituem a segunda fase do Viseu Património.

Neles constam “mais iniciativas e mais passos” no sentido de “vir a constituir os dossiês que suportam uma candidatura à UNESCO”, sendo que, no entanto, esse “nunca foi o objetivo central do Viseu Património”, frisou o vereador.

“Sempre dissemos que todo este projeto do Viseu Património visava sobretudo valorizar e qualificar o património de Viseu, seja material ou imaterial. Se no final deste processo, a dez anos, atingirmos este objetivo, será a cereja no topo do bolo. Tudo aquilo que se fez será ativo com que Viseu fica”, reforçou Almeida Henriques.