O novo presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS, Nuno Moita, considera que a criação de uma área metropolitana com base em Coimbra é uma “bandeira essencial” para a região.
“Coimbra tem todas as condições para ser uma área metropolitana, até com base na mobilidade, que afirme a região no panorama nacional e potencie a atividade económica”, disse à agência Lusa o dirigente distrital.
Nuno Moita, que está a iniciar o primeiro mandato no cargo, sucedendo ao deputado Pedro Coimbra, depois de vencer o antigo parlamentar João Portugal nas eleições internas, questiona: “Porque é que havemos de ter só duas áreas metropolitanas [Lisboa e Porto]?”.
Para o presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS, que governa também a autarquia de Condeixa-a-Nova desde 2013, a criação da área metropolitana tem de ser “uma das bandeiras essenciais da região”.
As suas prioridades viram-se também para a finalização da rede de mobilidade na região Centro, com a conclusão de um conjunto de infraestruturas rodoviárias em que sobressaem o IC6, com a ligação até Oliveira do Hospital, a transformação do IP3 em autoestrada de Coimbra a Viseu e a continuidade da A13, que parou em Ceira (Coimbra), com ligação a concelhos do interior do distrito.
Nuno Moita aponta para a necessidade de requalificar o porto da Figueira da Foz e a sua ligação à rede ferroviária, com interface-modal em Alfarelos (Soure) e Pampilhosa (Mealhada), de modo a assegurar as ligações às Linhas do Norte e Beira Alta, e a concretização do projeto ‘metrobus’ no antigo ramal da Lousã e na cidade de Coimbra, bem como a sua expansão a outros municípios.
Outra das prioridades do dirigente passa também por colocar Coimbra dentro do projeto da rede ferroviária de alta velocidade.
“As prioridades da região passam por completar a questão da mobilidade na região Centro”, resumiu o novo presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS, salientando que essa “teia de mobilidade tem de ser feita”.
Quanto à construção de um novo aeroporto na região Centro, próximo de Coimbra, como é defendido pelo presidente da Câmara de Coimbra e pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, Nuno Moita considera que ia mudar “todo o paradigma da região, em termos económicos e sociais”.
“Temos valências que o justificam, basta olhar para a visitação do Santuário de Fátima. A ideia foi bem lançada e pensada por Manuel Machado [presidente do município de Coimbra], que a colocou em discussão, e acho que a região Centro deve ter um aeroporto com condições para receber voos internacionais”, referiu.
No entanto, o dirigente socialista considera que, em primeiro lugar, a região “deve ter a mobilidade concluída” para que, depois, o futuro aeroporto funcione “ligado a toda essa rede de mobilidade”.
Segundo Nuno Moita, o problema de mobilidade na região está associada a “uma perda demográfica, principalmente nos concelhos mais do interior, que é notória, que tem a ver com a não criação de emprego e não fixação de empresas”.
No âmbito do plano de recuperação da União Europeia, Nuno Moita defendeu que a prioridade imediata do dinheiro devem ser “as pessoas e as empresas”, com as Câmaras a assumirem um papel de “parceiros essenciais”.
“Temos de preservar o emprego e evitar carências económicas profundas e depois recuperar a economia, que, no caso desta região, tem de passar pela finalização do processo de mobilidade”, concluiu.