Portugal atinge meta da OMS, com cerca de 76% das pessoas com 65 ou mais anos, vacinadas contra a gripe

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Os dados do relatório final do Vacinómetro® 2019/2020 são surpreendentes, tendo sido alcançada a meta de 75% de taxa de vacinação proposta pela Organização Mundial de Saúde, em Portugal. As principais conclusões deste estudo que monitoriza através de questionários, a vacinação em território nacional, revelam que ter-se-ão vacinado contra a gripe sazonal, nesta última época:

  • cerca de 76% dos indivíduos com 65 ou mais anos de idade;
  • cerca de 72% dos indivíduos portadores de doença crónica;
  • cerca de 58,9% dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes;
  • cerca de 43,2% da população com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos

“No espaço de 5 anos, alcançámos o objetivo da União Europeia de atingir uma taxa de cobertura vacinal de 75% nos 65 ou mais anos. Este marco na cobertura vacinal, em Portugal, só foi possível em resultado da persistência e resiliência de todas as partes envolvidas: Direção-Geral de Saúde, peritos, prescritores, doentes e produtores de vacinas. Numa altura em que vivemos uma nova ameaça pandémica por um outro vírus respiratório, este dado tem ainda mais impacto. É mais um fator positivo para o diagnóstico diferencial nos doentes com queixas de infeção respiratória, sobretudo na população de risco com idade superior a 65 anos. E esta vantagem é mais um contributo para o futuro da vacinação contra a gripe.” Afirma Filipe Froes, pneumologista e membro da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para o novo coronavírus.

Os resultados do Vacinómetro indicam que a região norte foi a que apresentou maior taxa de vacinação, com 64,5% de indivíduos vacinados, sendo o Algarve a zona do país com menor população vacinada, 49,5%.

É de destacar também nesta época gripal, a obtenção pela primeira vez, de dados relativos à vacinação de mulheres grávidas, grupo prioritário para o qual a vacinação é fortemente recomendada. Estes apontam para a vacinação de:

  • cerca de 23,5% das grávidas;
  • a vacinação foi feita maioritariamente por indicação do médico, sendo que as que não se vacinaram, foi principalmente porque o médico não indicou;

Face à última vaga de vacinação da época gripal de 2018/2019, verifica-se um aumento significativo na percentagem de vacinados com 65 ou mais anos (de 65,9% para 76%). Houve também um grande aumento de adesão da parte dos portadores de doenças crónicas (de 55,8% para 72%), seguindo-se dos indivíduos com idades entre os 60 e os 64 anos (aumentaram de 37,3% para 43,2%) e dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes (de 52% para 58,9%). Do total de portugueses inquiridos que foram vacinados, excluindo profissionais de saúde em contacto direto com o doente (em que 100% adquirem a vacina gratuitamente no local de trabalho), 23,6% adquiriu a vacina na farmácia, sendo que destes, cerca de 85,1% vacinaram-se na farmácia.

Do total do grupo de indivíduos vacinados, os motivos que levaram à vacinação foram:

  • 61,8% por recomendação do médico;
  • 24,6% no contexto de uma iniciativa laboral;
  • 11,9% por iniciativa própria, para estar protegido;
  • 0,6% porque sabem que fazem parte de um grupo de risco para a gripe;

De acordo com a Norma nº 006/2019* da DGS, a vacinação contra a gripe é fortemente recomendada para os seguintes grupos prioritários:

  • Pessoas com idade igual ou superior a 65 anos;
  • Pessoas entre os 60 e os 64 anos;
  • Doentes crónicos e imunodeprimidos, com 6 ou mais meses de idade;
  • Grávidas, para proteção de evolução grave da gripe durante a gravidez e para proteção dos filhos durante os primeiros meses de vida
  • Profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados;
  • Pessoas incluídas em contextos definidos pela DGS: ex. doentes com determinadas patologias crónicas ou condições** como Diabetes, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, pessoas em tratamento com quimioterapia.

Mais uma vez, recordamos as recomendações da Direção-Geral da Saúde que apelam à vacinação. De acordo com estas diretrizes, a vacina pode ser administrada durante todo o outono/inverno, de preferência até ao fim do ano civil.

Na época 2019/2020 estiveram disponíveis em Portugal, no SNS e nas farmácias comunitárias, duas vacinas quadrivalentes, sendo as indicações das mesmas diferentes em relação à idade para vacinação.

*Referências: DGS – Norma nº 006/2019 de 07/10/2019 atualizada a 14/10/2019

** Com declaração médica referindo a sua inclusão num destes grupos de risco

Sobre o Vacinómetro:

Iniciativa promovida pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), com o apoio da Sanofi Pasteur.

Lançado em 2009, o Vacinómetro® permite monitorizar em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Inquérito a cargo da empresa Spirituc, Investigação Aplicada

Objetivo – Monitorizar a cobertura vacinal contra o vírus da gripe na época gripal de 2019/2020, junto de quatro grupos de indivíduos pertencentes ao grupo recomendado e a grupos de vacinação prioritária, indicados pela DGS: (grupo 1) indivíduos com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos; (grupo 2) indivíduos com 65 ou mais anos; (grupo 3) indivíduos portadores de doenças crónicas; (grupo 4) profissionais de saúde em contacto com doentes (ou seja, indivíduos trabalhadores em instituições de saúde).

Metodologia – Questionários de aplicação telefónica, através do sistema CATI.

Universo – População portuguesa residente em território continental e Ilhas, com idade compreendida entre os 60 e os 64 anos, ou com idade igual ou superior a 65 anos, ou portadora de doenças crónicas, ou trabalhadora em instituições de saúde, de ambos os géneros e telefone fixo ou móvel.

Amostra Informação: À amostra em causa está associada: Uma margem de erro de ±1,8% para um IC de 95% no total da amostra (n=2851); Uma margem de erro de ± 3,1% para um IC de 95% dentro do Target 60-64 anos (n=980); Uma margem de erro de ± 3,7% para um IC de 95% dentro do Target Profissionais de Saúde em Contacto com Doentes (n=705); Uma margem de erro de ±3,4% para um IC de 95% dentro do Target Doentes Crónicos (n=813); Uma margem de erro de ±2,9% para um IC de 95% dentro do Target 65 ou mais anos (n=1162).