O Polo Arqueológico de Viseu vai receber mais de 400 publicações que integrarão uma biblioteca especializada na área da arqueologia que o município pretende constituir e disponibilizar a investigadores, arqueólogos, profissionais de património e ao público em geral.
Este acervo de mais de 400 publicações, que foi construído ao longo de quase 20 anos e que será doado ao município pelo Centro de Estudos Pré-Históricos da Beira Alta (CEPBA), encontra-se armazenado numa casa particular, uma vez que não havia uma estrutura que o acolhesse.
Após a assinatura do contrato de doação, marcada para domingo, o acervo juntar-se-á à base documental da Coleção Arqueológica José Coelho e aos relatórios de projetos arqueológicos realizados em Viseu nas últimas décadas.
“A criação do Polo Arqueológico de Viseu e a disponibilização da Casa do Miradouro para o seu desenvolvimento criaram a oportunidade única desta doação e de constituição de uma biblioteca especializada nos estudos da arqueologia e da pré-história. Admito mesmo que se trate de um caso único no país”, afirmou o vereador da Cultura e Património, Jorge Sobrado.
Segundo Jorge Sobrado, “a criação de um centro de publicações e documentação anexo à reserva arqueológica corresponde, de resto, a um dos pilares do polo regulamentado pela Câmara Municipal em abril de 2019”.
Esse regulamento municipal estabelece que “o Polo Arqueológico de Viseu agrega a Coleção Arqueológica José Coelho, uma reserva arqueológica municipal, o centro de documentação e biblioteca especializada de arqueologia, e o serviço de mediação e educação patrimonial”.
O vereador está convencido de que “esta biblioteca será uma mais-valia para o projeto da reserva arqueológica” que está a ser desenvolvido e “mais um atrativo para investigadores”.
Embora não tivesse previsto a criação de uma biblioteca, o CEPBA foi acumulando um acervo de edições, em resultado de ofertas e permutas mantidas com entidades similares.
Neste âmbito, o acervo integra publicações de Arqueologia, Património e História, incluindo coleções de revistas de Arqueologia editadas por diversas entidades e publicações monográficas.
Os primeiros trabalhos serão de conservação e inventário deste acervo. O inventário deverá ficar concluído no prazo de um ano.
O município de Viseu e o CEPBA vão também celebrar um protocolo de comodato que permitirá sediar esta instituição na Casa do Miradouro, onde funciona o Polo Arqueológico.
“Em rigor, trata-se de um regresso a casa, na medida em que a instituição esteve aí radicada até 2009”, referiu Jorge Sobrado.
As obras de reabilitação que o edifício teve nos anos seguintes motivaram a saída da instituição (presidida por Domingos Jesus da Cruz) que, desde então, não tinha sede.
O vereador da Cultura disse acreditar que “esta colaboração permite reforçar e centralizar competências científicas importantes e muito respeitadas em Viseu”.
O CEPBA foi fundado em 1991, enquanto associação cultural e científica, sem fins lucrativos, vocacionada para a investigação, proteção e divulgação do património arqueológico da região Centro de Portugal, com ênfase na região da Beira Alta.
Ao longo dos anos, apoiou vários projetos de investigação e tem sido promotor de reuniões científicas, exposições e visitas de estudo, publicando, desde 1993, a série Estudos Pré-históricos.