Paulo Jorge Ferreira eleito Reitor da Universidade de Aveiro

2222

Paulo Jorge Ferreira acaba de ser  eleito reitor da Universidade de Aveiro (UA). O sucessor de Manuel António Assunção obteve 14 votos em 19 possíveis, que correspondem ao número de membros do Conselho Geral da UA, contra os 4 votos alcançados pelo candidato José Fernando Mendes e um voto em branco.

 

No final da votação do Conselho Geral, Paulo Jorge Ferreira, ao “entusiasmo pelo projeto UA”, à “grande gratidão perante uma comunidade que acreditou, que foi fonte de inspiração e força”, e à “responsabilidade, acrescida pela dificuldade da tarefa”, junta a “confiança” ao seu estado de alma. “Não é confiança em mim, mas sim na comunidade. Sinto que há muita gente pronta a ajudar e tudo farei para estar à altura das expectativas”, sublinha.

 

Doutorado em Engenharia Eletrotécnica, professor catedrático no Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática da UA, departamento do qual foi diretor entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2018 (altura em que abdicou do cargo para apresentar a candidatura à cadeira maior da Academia) o programa de Paulo Jorge Ferreira assenta em sete grandes pilares: valorização dos membros da comunidade académica; aposta na interdisciplinaridade; interligação e capacitação da investigação; aprofundamento da relação entre a UA e a região; reforço na ação social; aposta no desporto e valorização do património da UA.

 

“É em torno das pessoas que gira toda a atividade das universidades, é nas pessoas que reside o conhecimento e é às pessoas (estudantes, bolseiros, investigadores, funcionários docentes e pessoal técnico, administrativo e de gestão) que a UA deve a sua existência e sucesso”, explica Paulo Jorge Ferreira no seu programa de ação. Assim, “a ideia da UA como um espaço humano, com voz e presença, vivo e ouvido, guiará a minha atuação e é uma componente estruturante deste programa de ação”.

 

Ensinar, investigar e apoiar

Para o Ensino, o novo responsável propõe-se criar a afirmar a marca UA Interdisciplinar através do desenvolvimento do conceito de unidade curricular partilhada e multidisciplinar. Estas, explica, “seriam comuns a mais de um curso e os seus docentes e estudantes poderiam ter origem também em mais de uma unidade de ensino”.  Criar mecanismos para as empresas e organizações sugerirem temas a trabalhar em sede de projeto ou tese e alargar a rede de estágios, para todos os níveis de ensino, é outra das prioridades de Paulo Jorge Ferreira para a área do Ensino.

 

Na Investigação, e no encalce de uma UA Interdisciplinar, “justifica-se a intensificação do contacto entre as unidades de investigação” da Academia. Assim, considera o programa de Paulo Jorge Ferreira, “é indispensável que haja sedes de pensamento estratégico que permitam às unidades de investigação a partilha de experiências, a troca de informações e a melhoria de práticas”.

 

A criação de um Conselho de Centros de Investigação, que se constitua um espaço de reflexão estratégica e funcional para as Unidades de Investigação e Desenvolvimento da UA, facultar aos estudantes o contacto desde o primeiro ciclo de ensino com a investigação e a criação do Serviço de Apoio a Projetos são algumas das missões que Paulo Jorge Ferreira leva para a Reitoria.

 

Quanto ao contexto geográfico da UA, “uma universidade não pode ser regional, na medida em que o conhecimento, a investigação e o ensino não têm fronteiras, assim como quem investiga, ensina ou aprende não pode estar confinado a limites geográficos”. Para “crescer com a região olhando o mundo”, o programa do candidato vencedor propõe, entre outras medidas, a formação e dinamização do Conselho para a Cooperação, o reforço da ligação da UA com o tecido económico da região – através do aumento da formação de técnicos qualificados e de programas de aprendizagem ao longo da vida – e o incremento de projetos de investigação com empresas.

 

“Tendo em conta que a sociedade portuguesa é ainda desigual e a crise económica agravou a situação e que parte das situações de abandono escolar são motivadas por problemas de natureza económica”, o futuro Reitor sublinha o reforço que quer fazer na ação social da UA. Entre as ações previstas, Paulo Jorge Ferreira quer “ajustar o Modelo Social Interno da UA para um crescimento anual mínimo de 6 por cento, no quadriénio 2018–2022, de forma a combater o abandono escolar e aumentar a capacidade de resposta” dos Serviços de Ação Social da Academia de Aveiro.

 

Mais, para além de querer “intensificar o apoio aos estudantes com necessidades especiais”, o novo responsável quer fazer do alojamento prioridade estratégica na UA, “ampliando o complexo de residências do Crasto, dando atenção à situação das residências em Águeda [onde a UA tem a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda], estudando e avaliando a situação relativa ao alojamento [da Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologias da Produção Aveiro Norte] em Oliveira de Azeméis”.

 

Viver o Campus

 

Quanto ao desporto, uma área que tem impacto “na saúde, no bem-estar, na dinamização da vida no Campus, na imagem e na atratividade da UA”, Paulo Jorge Ferreira quer não só incluir nos Serviços de Ação Social uma divisão para o desporto e cultura como também chamar para a própria Reitoria a liderança institucional da pasta.

 

Expandir o complexo desportivo em torno do Pavilhão Prof. Doutor Aristides Hall com a construção de uma nave, estabelecer a UA como polo de desenvolvimento do desporto adaptado, propondo e celebrando protocolos com Associações Desportivas e Centros já existentes no distrito, e estudar a construção de circuitos de manutenção nos campi de Santiago e Crasto são algumas das outras medidas propostas pelo programa de ação.

 

Por fim, uma atenção especial para o espaço físico da UA: “a frequência desses espaços deve proporcionar aos estudantes uma experiência rica, feita de atividades curriculares e extra-curriculares e conduzindo ao enriquecimento intelectual, cultural e à formação para a cidadania”.

 

Criar novas oportunidades para a comunidade UA se encontrar e relacionar, continuar a remover as barreiras arquitetónicas existentes na Academia, intervir na Praça Central para aumentar a interação social, conceder espaços na Praça Central à Associação Académica e aos estudantes, trazendo-os para o coração do campus, e instalar a Associação de Antigos Alunos da UA na Praça Central são algumas das medidas propostas.