“O Bosque”, novo espetáculo do Trigo Limpo Teatro ACERT estreia a 6 e 7 de dezembro


O Trigo Limpo Teatro ACERT estreia a sua mais recente criação, “O Bosque”. Inspirada nas memórias da zona antiga de Tondela, esta criação de Ilda Teixeira e Rui Macário apresenta uma narrativa poética e universal sobre a interdependência entre pessoas, lugares e histórias, num paralelo com a vida nos bosques.

É já no próximo fim-de-semana, nos dias 6 e 7 de dezembro, às 19h30, que estreia o espetáculo “O Bosque”. Esta nova criação do Trigo Limpo teatro ACERT é uma viagem poética e teatral que parte das memórias vivas da antiga zona central de Tondela para construir uma narrativa universal sobre a interdependência das pessoas e das suas histórias. Com encenação de Ilda Teixeira e texto de Rui Macário Ribeiro, “O Bosque” é um convite para revisitar a essência das comunidades, explorando o valor da memória coletiva.

“Incomoda-me e entristece-me que estes lugares com tanta alma e história sejam deixados para trás, esquecidos, em ruínas e ao abandono, sem que ao longo dos anos haja um projeto estratégico dos municípios para a sua regeneração. E esta minha preocupação foi, de facto, o motor para o arranque deste projeto”, começa por contar Ilda Teixeira.

A peça acompanha três amigos que regressam ao “bosque” das suas infâncias, um espaço onde as memórias pessoais e universais se cruzam. Inspirado nas histórias de moradores da zona antiga de Tondela, o espetáculo mergulha num universo onde a vida das pessoas e das cidades é comparada à interdependência das árvores num bosque. Como explica a dramaturga, “antigamente a vida no núcleo mais antigo das cidades funcionava como uma espécie de bosque, isto é, nos bosques existem várias espécies de plantas e todas vivem numa relação de interdependência e só funciona assim. E não importava as diferenças que as pessoas tinham”. “Havia um espírito de entreajuda e de ligação entre as  pessoas  independentemente das diferenças, pelo menos entre as pessoas da mesma classe social. Por outro lado, há também um facto que é importante destacar quando falamos do nosso passado histórico, que é a enorme brecha entre ricos e pobres, a desigualdade social gritante visível na vida e na memória destas pessoas. E a reverência que se fazia a estes ‘senhores’ donos de tudo”, acrescenta.

O processo criativo envolveu pesquisa e um contacto e interação com algumas pessoas da comunidade local. A também encenadora revela que visitaram “lugares emblemáticos, como a loja Serginho Tamanqueiro ou a Mercearia Torres, ícones de Tondela” e recolheram “histórias que foram transformadas em material teatral”. O texto base foi criado por Rui Macário a partir de entrevistas, mas o espetáculo foi construído também através de improvisações com os atores, que exploraram a parte antiga de Tondela e apresentaram lugares ligados às suas memórias pessoais. “Em junho ‘coloquei’ os atores na parte antiga [da cidade], cada um no seu sítio, e pedi-lhes que fizessem uma viagem para essa zona, e para escolherem um lugar que para eles fosse mágico. Fizeram-nos, depois, uma visita guiada e foi muito interessante observar como a história daquele lugar se misturou com as memórias pessoais dos atores”, revela Ilda Teixeira.

A cenografia e a narrativa refletem a essência do título do espetáculo. “Há pessoas que se transformam em árvores”, afirma a dramaturga. “Não sabemos bem quem nem porquê, mas essas pessoas permanecem na nossa memória, tal como as árvores ficam marcadas no bosque”, adianta. Este paralelo reflete a ligação universal entre as pessoas e as suas histórias.

Embora profundamente enraizado nas memórias de Tondela, “O Bosque” transcende o local e assume-se como um espetáculo universal, capaz de ressoar em qualquer lugar. “Este não é um espetáculo sobre Tondela, isto é um espetáculo que foi feito em Tondela, mas cujas memórias e personagens transbordam para uma coisa muito mais universal”, explica Ilda Teixeira. As histórias e personagens têm algo de comum, de intemporal, que qualquer pessoa do público pode reconhecer.

O Trigo Limpo teatro ACERT convida a assistir a este espetáculo, que celebra a memória coletiva e a ligação entre as pessoas e os lugares. “O Bosque” é, não só uma peça de teatro, mas uma experiência que leva toda as pessoas a redescobrir o valor das raízes, da diversidade e da interdependência que nos definem enquanto comunidade.


Os bilhetes estão disponíveis na bilheteira física da ACERT, mas também online em acert.bol.pt

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