Nove dias de Jardins Efémeros em Viseu dedicados à palavra e a diferentes linguagens

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A nona edição dos jardins Efémeros, que se realiza entre 03 e 11 de julho, em Viseu, tem como base “A Palavra e as Linguagens” e uma programação criada para públicos diversificados assente em oito categorias.

“Artes Visuais, Arquitetura, Som, Cinema, Pólis, Oficinas, Mercados e Teatro & Dança” são as categorias “adaptadas ao tema deste ano: ‘A Palavra e as Linguagens'”, a decorrer “entre 03 e 11 de julho”, anunciou a diretora e criadora do projeto, Sandra Oliveira.

A responsável destacou a presença, “pela primeira vez em Portugal”, em concertos a solo, de Lyra Pramuk, HeatherLeigh, Bendik Giske e Deena Abdelwahed, que se distribuem pelos palcos do Parque Aquilino Ribeiro e do Teatro Viriato.

“Sob o tema ‘A Palavra e as Linguagens’, não poderíamos encerrar da melhor maneira a nona edição dos Jardins Efémeros, com um concerto de Rui Reininho, acompanhado por instrumentistas soberbos, com quem apresentará o álbum, prestes a sair, ‘20.000 Éguas Submarinas’”, evidenciou.

Com este álbum, que o músico estreia em Viseu, continuou Sandra Oliveira – que o considera, “seguramente, um dos melhores senão o melhor álbum do ano, feito em Portugal” – Rui Reininho “marcará por certo um ponto de retorno a um futuro da sua carreira” que “o público estava ávido e desejoso” de ver acontecer, acrescentou a responsável.

O Teatro Viriato é palco de espetáculos híbridos como Territoire Éphémères, da compositora, bailarina Dasha Rush, com a colaboração do bailarino Valentin Tszin e com o artista digital Alex Guevara. As quatro apresentações culminarão com a peça híbrida “NKSI”, sob a direção de Gil Mac.

“Nós preparámos toda a programação de forma a que não haja picos de loucura, de forma a promover o encontro de pessoas saudavelmente, sem histerias. E o facto de podermos prolongar os concertos até à meia-noite de forma segura, permite trabalhar ainda melhor” esse aspeto, sublinhou.

Na área das Artes Visuais, João Louro, João Pais Filipe e Marco Franco e Joana Pestana, entre outros artistas, marcam um programa que conta com a participação de 18 projetos expostos em diversos locais, linguagens e formatos.

Na área do som, continuou a responsável, há 24 projetos que incluem quatro espetáculos híbridos e duas residências artísticas no Teatro Viriato, a destacar-se a dupla Bill Fontana e Pedro Rebelo e uma outra composta por Suso Saiz e André Gonçalves.

“Na chamada de artistas sonoros emergentes, verificámos 71 candidaturas, o que nos permitiu constatar que a nova música feita em Portugal é vibrante e diversa. Os seis projetos selecionados são de Odete, Ece Canli, Bleid Candian Rifles e Mad Nomad”, divulgou.

Sandra Oliveira disse ainda que Nuno Veiga, Fitas Magnéticas, Galadrop e Marco Franco são outras presenças de artistas portugueses que vão apresentar em Viseu novos trabalhos.

“O serviço educativo, peça estruturante na consolidação de novos públicos, que valorizamos e reforçamos, conta com 143 sessões e 1640 vagas. A Casa do Sonho – Serviço Educativo para a Infância, preparou 112 sessões, disponibilizando 1331 vagas. Já nas oficinas para adultos – Oficinas Gerais – criaram-se 31 sessões com um total de 309 vagas”, contabilizou.

Na área do cinema, e sob o tema desta nona edição, a investigadora Isabel Nogueira programou quatro sessões ao ar livre, que propõem “uma viagem por vários universos da linguagem e da palavra, em sentido alargado, tais como, a dança, a música, a memória, a imagem, o experimentalismo, ou, inclusivamente, a própria impossibilidade da comunicação.”

Os “Mercados Efémeros” – “Mercado Indo eu” e “Mercado de Sons e Letras” e “Grão a Grão” – convivem num “espaço dedicado ao bem-estar físico e mental dos visitantes”, durante a realização dos Jardins Efémeros.

“O ‘Mercado Indo Eu’, promovido pela Junta de Freguesia de Viseu, não é mais do que a materialização da vontade de criar um espaço onde as pessoas [expositores não profissionais] possam trocar e comercializar artigos usados em bom estado, antiguidades e produtos vintage, ou de produção própria”, acrescentou.

Organizados pela Pausa Possível – Associação Cultural e de Desenvolvimento, os Jardins Efémeros são financiados pelo município de Viseu em 100 mil euros e pela Direção Geral das Artes em 60,9 mil euros, e contam com o patrocínio “muito importante” em géneros de outras entidades.