Nova coreografia de Paulo Ribeiro “Le Chef D’Orchestre” estreia-se quinta-feira

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A nova coreografia de Paulo Ribeiro, “Le Chef D’Orchestre”, que destaca a figura do líder bom atuando “em prol de uma causa comum”, estreia-se na quinta-feira, pela Companhia Nacional de Bailado (CNB), no Teatro Camões, em Lisboa.

De acordo com a programação da CNB, que produz a peça em coprodução com o Thêàtre National de Chaillot, em França, o novo espetáculo de dança ficará em cena até domingo.

“Uma pessoa que transporta em si a música, todas as músicas… Um maestro… é sempre uma pessoa de bem, é o líder das boas causas, é o epicentro de um movimento total, é o exemplo da sociedade perfeita; todos concertados para a felicidade geral”, diz, sobre esta nova peça, o coreógrafo numa sinopse divulgada pela companhia.

Para Paulo Ribeiro, “um maestro não dirige sozinho, é permeável às propostas que os músicos lhe fazem, sugere, recebe e contrapõe. Fiel depositário de uma obra maior que lhe foi confiada, negoceia, ao segundo, a sua capacidade de transcendência. É aqui que o seu caminho se cruza com a dança e os seus intérpretes”.

O coreógrafo acrescenta ainda: O maestro “tem por missão orientar os fluxos da vida, porque eles são feitos de música. Raramente, as questões individuais e coletivas, estiveram tão associadas, ainda por cima para desígnios tão edificantes para todos. É inegável a dimensão política exemplar: um líder que faz bem, sempre bem, sempre em prol de uma causa comum! Um indivíduo frente a um coletivo e vice-versa. Com missões diferentes todos trabalham para o mesmo fim”.

Para colocar em palco esta ideia, o coreógrafo leva o maestro a um encontro com um corpo de dança de vinte intérpretes, masculinos e femininos, que executarão partituras do compositor Shostakovitch, e de outros registos musicais “distintos, mas cúmplices”.

A conceção e coreografia são de Paulo Ribeiro, os figurinos de José António Tenente, o desenho de luz de Nuno Meira.

Paulo Ribeiro, 59 anos, nascido em Lisboa, é reconhecido como um dos destacados nomes da geração da Nova Dança Portuguesa, e fundou a própria companhia em 1995, tendo sido o último diretor artístico do Ballet Gulbenkian, entre 2003 e 2005, antes da extinção daquela companhia.

Quando foi convidado para a CNB desempenhava as funções de diretor-geral e de programação do Teatro Viriato, em Viseu, que tinha assumido em 1998, e veio a demitir-se da companhia nacional em julho de 2018 alegando “falta de dinheiro e apoio político” para a entidade.

Começou por fazer carreira como bailarino em várias companhias belgas e francesas, e a estreia enquanto coreógrafo deu-se em 1984, em Paris, no âmbito da companhia Stridanse, da qual foi cofundador.

De regresso a Portugal, em 1988, começou por colaborar com a Companhia de Dança de Lisboa e com o Ballet Gulbenkian, também em Lisboa.

Paulo Ribeiro foi comissário para a Dança em Coimbra 2003 – Capital Nacional da Cultura.

Em 1999, recebeu o Prémio Almada do Instituto Português das Artes do Espetáculo, pelo trabalho desenvolvido no Teatro Viriato, em 2005, o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa, pela sua ação como diretor da Companhia que instalou no Teatro Viriato, e, em 2009, foi considerado o Coreógrafo Contemporâneo, no 1.º Portugal Dance Awards, e recebeu o Prémio do Público, no Dance Week Festival, na Croácia.

Em 2010, recebeu o Prémio de Melhor Coreografia da Sociedade Portuguesa de Autores pela peça “Paisagens – onde o negro é cor”.

Na quarta-feira, às 21:00 haverá Ensaio Geral Solidário da nova peça que reverte para as seguintes instituições: Creacil, Movimento ao Serviço da Vida, Plataforma Saúde em Diálogo, e Refood Lumiar/Telheiras/Santa Clara.