No Dia Europeu Sem Carro ficámos à espera do autocarro para visitar os Museus Municipais

O Dia Europeu sem Carros celebra-se anualmente a 22 de setembro. Esta data foi inicialmente assinalada em França em 1998 e adotada pela União Europeia no ano de 2000. Integrada atualmente na Semana Europeia da Mobilidade, esta iniciativa procura promover a qualidade de vida e a proteção dos recursos naturais, sugerindo a adoção de meios de transporte menos poluentes nas cidades e a sensibilização para esta causa da população e governos.

Neste dia, a candidatura autárquica do Bloco de Esquerda em Viseu procurou visitar a Rede Municipal de Museus recorrendo apenas a transportes públicos.

O dia começou pelas 09H00 no Centro de Operações de Mobilidade de Viseu (COMV), mais conhecido como “Central de Camionagem”. Pelas 11H00 ainda não tinha sido possível visitar nenhum dos museus descentralizados, tendo sido feitas tentativas para visitar três deles: Museu do Linho (Várzea de Calde), Museu do Quartzo (Monte de Santa Luzia) e Quinta da Cruz (São Salvador).

Nesta experiência podemos testemunhar diversas dificuldades associadas ao serviço do MUV – Mobilidade Urbana de Viseu:

  • Vários museus não têm linhas de autocarros a passar por lá;

  • Os horários consultados através da aplicação nem sempre são os reais;

  • Os horários e linhas fornecidos no Google Maps não são os reais;

  • Faltam horários nas paragens (apesar de – finalmente! – alguns já estarem a ser repostos);

  • Os horários colocados nas paragens são de leitura difícil;

  • A falta de clareza de informação torna-se confusa mesmo para quem trabalha todos os dias no setor dos transportes;

  • As placas para os horários das paragens, devido à altura a que estão, tornam-se um obstáculo em termos de acessibilidade, representando um perigo, por exemplo, para pessoas cegas e amblíopes;

  • O transporte a pedido não é eficaz, pois exige que o pedido seja efetuado com 24 horas de antecedência;

  • Não existe um centro de informação sobre horários e linhas que centralize os serviços prestados pelas várias operadoras de transportes do concelho.

Estas são dificuldades que foram sentidas por nós, mas também por várias pessoas com quem nos cruzámos e com quem falámos. Dificuldades que se aplicam a qualquer utilização de transportes públicos, seja ela para acesso à cultura, ao trabalho, à educação, à saúde, aos serviços, ou para fins turísticos, entre outros.

Também a informação prestada nas páginas do município relativamente aos museus desta rede peca por defeito, ao não haver indicação de como chegar até aos diferentes museus.

Defendemos que se trabalhe no sentido de uma oferta de transportes públicos para mobilidade dentro do concelho tendencialmente gratuita, melhorando a rede de transportes com mais horários, incluindo noite e fim-de-semana. Também a colocação de horários, de consulta acessível, nas paragens de autocarros, avançando para informação em tempo real e a criação de mais abrigos para quem espera por autocarros é importante.

Defendemos ainda a criação de uma linha regular de transporte público que sirva a Rede Municipal de Museus, tornando-os acessíveis a todas as pessoas.

Se pensarmos o território do concelho de Viseu deparamo-nos ainda com uma realidade muito diversa e com diferenças evidentes entre zonas mais rurais e zonas mais próximas da cidade. O reforço da aposta nos transportes públicos, corrigindo lacunas facilmente detetadas estando no terreno e promovendo medidas ativas de valorização desta forma de mobilidade, é essencial para um concelho mais coeso, democrático, por exemplo no acesso à cultura, e ambientalmente responsável.

Carolina Gomes
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