O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, encerrou hoje “para prevenção e salvaguarda da saúde pública”, no contexto de combate à pandemia da Covid-19, anunciou a instituição, nas suas páginas oficiais, no Facebook e Instagram.
O Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real e o Museu Nacional do Azulejo, também em Lisboa, que historicamente, com o MNAA, lideram a lista dos museus nacionais com mais visitantes, estão igualmente encerrados, segundo informação publicada pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
“O Museu Nacional de Arte Antiga estará encerrado ao público a partir de 15 de março, para prevenção e salvaguarda da saúde pública, na sequência das orientações da Direção-Geral do Património Cultural”, lê-se no comunicado publicado pelo museu, cerca das 12:42 de hoje, nas páginas oficiais da instituição, nas redes sociais.
O Panteão Nacional, o Palácio Nacional de Mafra, o Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real, assim como o Museu Nacional do Azulejo e a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa, e o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, são outros dos 16 museus, palácios e monumentos nacionais, na dependência da DGPC, encerrados desde sexta-feira, segundo a lista publicada no ‘site’ deste organismo.
A DGPC, para “garantir as recomendações” da Direção-Geral da Saúde (DGS) “relativas à concentração de pessoas”, devido ao surto de Covid-19, tem vindo a anunciar, desde sexta-feira, o encerramento de museus, palácios e monumentos nacionais, por si tutelados, tendo iniciado o processo com o Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém e o Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.
A lista de instituições encerradas por causa de controlo da pandemia, alargou-se, no sábado, aos mosteiros da Batalha e de Alcobaça, ao Convento de Cristo, em Tomar, ao Palácio Nacional da Ajuda e aos museus nacionais da Música e de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, todos em Lisboa, assim como ao Museu Monográfico de Conímbriga – Museu Nacional, no concelho de Condeixa-a-Velha, no distrito de Coimbra.
O Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, anunciou na passada segunda-feira, dia 09, o seu encerramento temporário, no âmbito das obras de manutenção nos espaços de exposição, que têm vindo a decorrer desde setembro, como se pode ler na sua página no Facebook.
Os museus encerrados informam que “o normal funcionamento será retomado tão breve quanto as condições o permitam”.
O comunicado da DGPC, disponível no seu ‘site’, afirma, por seu lado, que “os restantes serviços dependentes” deste organismo cancelaram todas as atividades e iniciativas de caráter público, que estavam agendadas”, e acrescenta que “estes monumentos e museus nacionais”, ainda abertos ao público, podem “encerrar a qualquer momento, se tal se verificar determinante”.
A DGPC tem a seu cargo a gestão direta de 25 monumentos e museus nacionais, entre os quais se incluem cinco monumentos inscritos na lista do património mundial da UNESCO (Palácio Nacional de Mafra, mosteiros da Batalha e de Alcobaça, Mosteiro dos Jerónimos/Torre de Belém, e Convento de Cristo) e 17 museus.
Os museus nacionais Grão Vasco, em Viseu, Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, Resistência e Liberdade, em Peniche, e os museus nacionais de Etnologia, do Traje, do Teatro e da Dança, em Lisboa, assim como o Museu de Arte Popular, na capital, ainda não se encontram na lista de instituições encerradas, da DGPC.
O número de casos confirmados em Portugal de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu hoje para 245, mais 76 do que os contabilizados no sábado, e os casos suspeitos são agora 2.271.
Segundo a DGS, dos 2.271 casos suspeitos, 281 aguardam resultado laboratorial.
Há ainda 4.592 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, menos do que no sábado (5.011).
O boletim de hoje indica que há 14 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais três do que nos últimos dias.
Dos 245 casos confirmados de Covid-19 em Portugal, 139 estão internados, nove dos quais em unidades de cuidados intensivos.
Há dois casos de doentes já recuperados.
Em todo o mundo já foram infetadas mais de 154.000 pessoas e morreram mais de 5.796.
Em Portugal, o Governo decretou na quinta-feira o estado de alerta, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
Foram igualmente suspensas, a partir de segunda-feira, as atividades letivas e restringido o funcionamento de discotecas e similares e suspensas as visitas a lares em todo o território nacional.
O Governo decidiu igualmente proibir o desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, e limitar a frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança entre as pessoas.
Já tinham sido tomadas outras medidas em Portugal para conter a pandemia, como a suspensão das ligações aéreas com a Itália.