O município de Aguiar da Beira, no distrito da Guarda, vai investir cerca de 400 mil euros na requalificação do dólmen I do Carapito, uma obra que era aguardada “há mais de 40 anos”.
Segundo a autarquia presidida por Joaquim Bonifácio, o dólmen I do Carapito está classificado como Monumento Nacional, “sendo o maior da região Centro de Portugal e um dos dólmenes mais conhecidos internacionalmente”.
O monumento, intervencionado em 1966 por Vera Leisner e Leonel Ribeiro, e, mais tarde, em 1989, por Domingos Cruz e Raquel Vilaça, “foi um dos primeiros monumentos megalíticos portugueses profundamente estudado”, de acordo com a fonte.
O auto de consignação da obra de “Requalificação do Dólmen I do Carapito – Reconstituir a Mamoa” foi assinado na quarta-feira e os trabalhos tiveram início na segunda-feira.
A assinatura do auto de consignação “foi um momento extremamente relevante”, não apenas para o concelho, mas para toda a região Centro, “pois com este ato dá-se início a uma obra aguardada há mais de 40 anos e que só o especial esforço do município permitiu que fosse concretizada”, segundo Joaquim Bonifácio.
“É uma honra [enquanto presidente da Câmara Municipal] levar a efeito uma obra que era há muito tempo esperada pelo concelho e, principalmente, pela população de Carapito”, disse à agência Lusa.
A valorização do monumento “contribuirá para dignificar o património histórico e para trazer pessoas ao concelho”, vaticina.
“A intervenção de valorização deste património megalítico, para além da valorização do monumento, define-se como exemplo singular, seja nos aspetos construtivos e estruturais que permitirão a sua reconstrução, seja em termos científicos e didáticos com a reconstituição da mamoa, cuja significativa dimensão implicará um elemento de especial impacto na paisagem”, sublinhou o autarca.
A obra, com um prazo de execução de cerca de nove meses, é financiada no âmbito do Programa Centro 2020.
O projeto, adjudicado e elaborado pela empresa Eon – Indústrias Criativas, contempla “a recolocação da tampa e dos esteios tombados, assim como a reconstrução da mamoa que cobria originalmente o monumento”, a definição de uma área de estacionamentos e a valorização paisagística do conjunto.
Segundo Joaquim Bonifácio, os quatro dólmenes existentes em Carapito “integrarão a pequena rota megalítica do Carapito que já foi adjudicada” e cuja concretização “irá iniciar-se em breve”, e farão parte da futura Rota do Megalitismo da Região Viseu Dão Lafões e Sever do Vouga.
“Cada dólmen tem dimensões e características diferentes, o que valoriza a diversidade do conjunto monumental”, acrescentou.
O dólmen II, “pelas estruturas que revela, possui um especial interesse, considerando o município que constituirá uma mais-valia relevante o seu restauro e qualificação, incluindo uma campanha de escavação arqueológica, na expectativa que tais intervenções venham a contribuir para a valorização de todo o conjunto patrimonial pré-histórico do Carapito”, disse.
“Neste sentido, foi sugerido à equipa da Eon que efetuasse proposta com os trabalhos e estimativas orçamentais para a intervenção naquele dólmen”, concluiu o presidente do município de Aguiar da Beira.