O Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, no concelho de Mangualde, reabre no sábado depois de ter beneficiado de obras de reabilitação e de estabilização que representaram um investimento superior a 660 mil euros.
Abandonado após a extinção das ordens religiosas, em 1834, o mosteiro foi classificado como Monumento Nacional em 2002.
As obras, que foram promovidas pela Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) e financiadas no âmbito do Programa Operacional Regional Centro 2020, evitaram a continuação da degradação em que se encontrava.
A DRCC justificou que o estado de degradação e o risco de perda deste monumento levaram a que, juntamente com os proprietários do imóvel, submetessem uma candidatura ao Centro 2020.
O investimento contou com um apoio de cerca de 460 mil euros de comparticipação comunitária, tendo a contrapartida nacional sido assumida pelos proprietários.
Segundo a DRCC, a reabilitação e estabilização do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão garantiu as condições de segurança necessárias à visitação da igreja.
“O projeto desenvolvido partiu da necessidade de suster a ruína, centrando-se na igreja que foi alvo de uma intervenção estrutural com substituição do revestimento em telha e respetiva estrutura de suporte, ações de conservação e restauro de elementos pétreos, recuperação e consolidação de alvenarias e abóbadas e instalação de caixilharias”, explicou.
Com esta operação, foi possível concretizar dois objetivos estratégicos, nomeadamente a interpretação cultural, histórica e arquitetónica do lugar através da criação de uma exposição de longa duração e a inserção deste monumento nos roteiros culturais nacionais e internacionais, nomeadamente nos circuitos de visita associados à Ordem de Cister.
A reabilitação do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão integrou o conjunto de sete candidaturas que a DRCC viu aprovadas no contexto do programa Centro 2020, com um investimento total de aproximadamente quatro milhões de euros.
De acordo com a DRCC, a fundação do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão está atribuída a D. Soeiro Teodoniz, dentro da Regra Beneditina, crendo-se que o cenóbio foi instalado no ano de 1168.
“A partir de 1188 adota a Regra de Cister, sob dependência dos abades de Alcobaça. Coevo à fundação da nacionalidade, foi desde logo beneficiado e privilegiado por D. Afonso Henriques. Dos primórdios da fundação há ainda visível o volume constituído pela torre do século XII”, acrescentou.
A partir do século XVII, foram feitas “profundas alterações com a construção do claustro e da fachada, conforme se constata pela epígrafe 1613 exibida na portaria”.
“Desta época, datam o claustro, a sala do capítulo, o refeitório, a cozinha, a adega e outras dependências, ficando as celas situadas no piso superior, bem como o quarto do Dom Abade, a biblioteca e a enfermaria”, referiu a DRCC.