Moimenta da Beira – “Nós em breve entraremos no grupo dos concelhos de risco extremo”

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É mais uma entrevista do Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira à Rádio Riba Távora, e desta vez em tom ainda de muito maior preocupação.

“Nós, nas últimas três semanas, tivemos cerca de metade dos casos positivos registados desde o início da pandemia e, na última semana, que terminou sábado passado, tivemos cerca de 60”, disse.

Pior ainda foram os últimos dois dias “em que vimos confirmados 30 casos positivos. Ora isto é uma enormidade para a dimensão populacional que nós temos”, referiu o autarca em tom muito preocupado, lamentando que os apelos que foram feitos nos últimos tempos não tivessem produzido os resultados que todos desejavam.

José Eduardo Ferreira fala em “tempestade perfeita” que foi criada “por pessoas que tiveram comportamentos nalguns casos negligentes, noutros casos mesmo irresponsáveis”, anunciando que “nós em breve entraremos no grupo dos concelhos de risco extremo, uma situação que terá implicações para todas as pessoas, todas as famílias e todas as empresas. Portanto, o meu apelo é para que tenhamos o cuidado de manter o mais possível o afastamento social necessário, para rapidamente podermos baixar estes números”.

O autarca lembra que a situação não poderá ser invertida “sem a colaboração de cada um dos cidadãos. Por isso, temos o dever de cumprir escrupulosamente as medidas das DGS”.

Sobre os equipamentos desportivos, diz que vão manter-se encerrados, e sobre a próxima feira quinzenal, o mais provável é não realizar-se, “com muita pena minha”.

Já sobre o funcionamento das escolas, recorda que a decisão de a manter aberta ou fechada “não depende de decisão municipal, nem de decisão da escola. Quem decide se a escola encerra é a DGS”. Mas a Câmara e a escola “acompanham com muita preocupação tudo o que se está a passar, defendendo “decisões equilibradas”, porque, na verdade “as nossas escolas não têm sido o motivo do crescimento dos casos de covid-19, aliás os casos cresceram no tempo em que as escolas estiveram fechadas. Mas é claro que estamos preocupados com a disseminação do vírus na comunidade poder atingir a própria escola. Por isso estão já a ser tomadas todas as medidas para que isso não aconteça”. E enumera: “Por exemplo, todos os casos de alunos que possam pertencer a agregados familiares com elementos infetados ou que tenham estado em contacto com infetados, esses alunos não podem ir à escola. Apelo aliás para que todas as famílias, na mínima dúvida de que os seus educandos possam estar ou ter estado em contacto com alguém com o vírus, não podem deixar os filhos ir para a escola”.