O presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira disse hoje à agência Lusa que o projeto “radar social” vai referenciar as “reais necessidades” do concelho que é “muito envelhecido” e com pessoas isoladas.
“Sabemos que temos uma população muito envelhecida, pessoas com algumas carências sejam elas económicas ou até familiares, digamos, porque há muita gente isolada com os filhos no estrangeiro. É um flagelo social”, descreveu Paulo Figueiredo.
O autarca notou ainda que esta “é uma população que vive muito da agricultura, sendo que muitas pessoas, pela idade, já nem trabalham” as terras, o que acaba por provocar um “maior isolamento e dificuldades” económicas.
“Com RSI [Rendimento Social de Inserção] temos cerca de 180 famílias, atualmente”, contabilizou o presidente da Câmara de Moimenta da Beira, no distrito de Viseu, cujo projeto “radar social” foi iniciado esta semana.
O projeto é comparticipado a 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o Município vai “aproveitar a oportunidade para conhecer as reais necessidades” do concelho para, com este “diagnóstico social, ser possível fazer mais coisas”.
Para isso, já foram contratadas “três técnicas que começaram a trabalhar esta semana com a supervisão dos profissionais dos serviços sociais” da Câmara de Moimenta da Beira que “já fez um excelente serviço”.
A nova equipa vai “referenciar e (re)conhecer os problemas de pobreza e exclusão social, em complementaridade com a rede social municipal” dando um “contributo decisivo para a construção, atualização e o enriquecimento do conhecimento do território”.
O “radar social” vai decorrer em 27 meses, dividido em duas fases: “primeira vai fazer-se o diagnóstico social e preparar o plano de desenvolvimento social e o de ação; e na segunda fazer-se a georreferenciação social do território e será posto em prática o plano de ação preparado na primeira fase”.