Misericórdia de Lamego apresenta contas de 2017 com saldo positivo

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O Relatório de Gestão e Contas da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, referente a 2017, foi aprovado por unanimidade em Assembleia Geral, apresentando um resultado operacional positivo de 210.878,48 euros, devido sobretudo à melhoria das receitas, invertendo desta forma os défices registados nos anos anteriores. Em nome da instituição, o Provedor António Marques Luís, alertou, no entanto, que a situação operacional continua “difícil”, pese embora os esforços desenvolvidos, uma situação agravada pela necessidade de contratar novos colaboradores em algumas valências para cumprir as normas da Segurança Social, nomeadamente no Lar de Arneirós, na creche e jardim de infância e no Centro de Acolhimento Temporário. A melhoria das receitas deveu-se, sobretudo, à alienação de património que tinha uma rentabilidade escassa, aproveitando uma oportunidade de valorização acentuada do setor imobiliário na cidade do Porto.
Realizada a 28 de março, esta Assembleia Geral também ficou marcada pela aprovação da alienação da Ilha Amarela, no centro da cidade do Porto, doada em tempos a esta Misericórdia e que se encontra agora bastante degradada. Os “irmãos” aprovaram também por unanimidade a decisão de alocar, na íntegra, o valor da venda à compra de imobiliário para rentabilizar através de aluguer. Marques Luís explicou que esta venda será feita por hasta pública, havendo já indicação firme de um valor-base “elevado, aproveitando o boom que esta cidade vive no imobiliário”. A alienação da Ilha Amarela substitui a vontade anterior de transformar este espaço num polo residencial composto por apartamentos destinados a residências de curta/média duração “por existir risco de gerir à distância um empreendimento desta dimensão”.
Numa análise detalhada à Conta de Gerência de 2017, também é destacado o início dos trabalhos de reconstrução e modernização do Lar de Idosos de Arneirós, “colocando um ponto final na resolução desta situação há muito adiada, mas absolutamente indispensável face aos constrangimentos legais”. Uma remodelação que implica um enorme esforço financeiro e que será financiada por recursos próprios em cerca de 1 milhão e 300 mil euros. Foi também destacado o estabelecimento de um acordo final com o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Administração Regional de Saúde do Norte, através do qual esta Misericórdia recebeu as antigas instalações do Hospital Distrital de Lamego e foi indemnizada pelo valor das rendas em atraso que lhe eram devidas.
Como último ponto da ordem de trabalhos, a Assembleia Geral rejeitou a proposta, apresentada pela União das Misericórdias Portuguesas, de participar “de forma simbólica” no capital de um banco de economia social. O Relatório de Gestão e Contas mereceu o parecer positivo do Conselho Fiscal.