O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, anunciou hoje que a Mata do Fontelo pode ser visitada na totalidade, depois concluída mais uma fase da sua requalificação, que permitiu identificar e estudar 7.422 árvores.
Em declarações aos jornalistas, no final da reunião do executivo, Almeida Henriques lembrou que as tempestades Leslie e Helena “causaram sérios danos” no parque arbóreo do Fontelo.
“Quer pela dimensão dos dados causados, quer pelo objetivo que tínhamos de fazer a qualificação da Mata do Fontelo, contratámos uma assessoria qualificada da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a que juntámos a Quercus e a Escola Superior Agrária de Viseu”, lembrou.
Estas entidades trabalharam na limpeza e na reabilitação da mata, que tem mais de 500 anos e é considerada património histórico.
Segundo Almeida Henriques, foram estudadas as árvores existentes nos 17 hectares da mata, um total de 7.422, que ficaram georreferenciadas e numeradas.
“Por cada árvore, foi criado um ‘Bilhete de Identidade’, com 27 parâmetros de análise. Foram identificadas 37 espécies, sendo as mais representativas o carvalho, o loureiro e o medronheiro”, explicou.
Neste momento, “todos os trilhos estão desimpedidos” e foi colocada sinalética pedagógica, que explica uma história do Fontelo e o trabalho que tem sido feito, acrescentou.
Questionado sobre a demora da reabertura das áreas afetadas pelas tempestades, que foi muito criticada nas redes sociais, o autarca salientou o “trabalho minucioso” que foi desenvolvido.
“Ainda bem que estas coisas demoraram tempo, porque estão bem feitas”, argumentou.
Na sua opinião, “uma coisa era limpar a cara do Fontelo e deixar tudo como estava, outra coisa diferente é ter feito um trabalho sério e sustentado, que permite que o Fontelo neste momento esteja 100% visitável” e estudado.
“Finalmente, temos um conhecimento profundo de tudo o que é a mata da Fontelo”, frisou.
Agora, segundo Almeida Henriques, a autarquia vai entrar numa nova fase de recuperação do Fontelo, que inclui uma parte do jardim renascentista, a substituição do alcatrão que circunda o estádio por calçada de granito e a criação de “uma vedação arbórea que vai permitir esbater o betão do estádio”.
O Fontelo passa também a ter uma equipa reforçada, “que irá fazer pequenas reparações”, de que é exemplo a recuperação das fontes, acrescentou.