A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, garantiu que, até ao final de 2026, haverá mais 15 mil camas para estudantes, graças ao financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Estamos neste momento, no âmbito do PRR, a construir mais 15 mil camas, no equivalente a mais, pelo menos, 86 residências novas, e esperamos ter esse processo todo concluído até ao final de 2026”, afirmou aos jornalistas, no final de uma visita às obras da futura residência de estudantes de Lamego, no distrito de Viseu.
A governante sublinhou que tal só é possível graças ao financiamento do PRR, que permitiu montar um “plano nacional que vai desde o Minho até ao Algarve, incluindo também as ilhas”.
“Estamos a construir residências em todo o país e, como é este caso aqui, utilizando até edifícios devolutos”, em zonas da cidade com “menos movimento”, acrescentou.
Desenvolvida no âmbito do Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior e financiada pelo PRR em 1,5 milhões de euros (aos quais acrescem 284 mil euros da autarquia), a futura residência de estudantes de Lamego disponibilizará 46 camas para estudantes bolseiros, a partir do ano académico de 2024/2025.
Elvira Fortunato disse aos jornalistas que este ano já foi inaugurada uma residência na Covilhã e, dentro de duas semanas, o mesmo acontecerá a outra no Porto.
“Até ao final do ano, temos mais oito residências que vão ser inauguradas”, frisou a ministra, acrescentando que serão “mais 1.100 camas disponíveis”.
A governante referiu que, neste momento, há “133 projetos em execução”, que implicam o maior investimento de sempre em residências universitárias, e lembrou que a dotação inicial de 375 milhões de euros foi posteriormente reforçada com 72 milhões de euros.
Segundo Elvira Fortunato, “caso algum (desses 133 projetos) não possa ser executado”, terá de haver “um plano B”, para que seja possível cumprir as metas.
“Mesmo em termos de Comissão Europeia temos metas de número de camas que vamos executar e não queremos devolver nenhum cêntimo do PRR”, frisou.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior justificou que, por não haver “camas imediatas para o número de alunos deslocados” neste momento, “o Governo está a atuar na ação social”.
“Pela primeira vez este ano, no domingo passado, 5.862 alunos ficaram a saber que tinham bolsa na mesma altura em que souberam que entraram para uma instituição de ensino superior”, sublinhou, acrescentando que vai ser já paga em setembro.
Além do maior número de alunos bolseiros, o Governo está também “a rever o complemento de alojamento”, acrescentou.
“Já aumentámos esse valor em 18%, mas é evidente que o preço dos quartos varia se estivermos em Lisboa ou se estivermos em Lamego. Como o aumento não foi proporcional, o que estamos a equacionar, até em função do número de alunos bolseiros deslocados, é exatamente ver o valor”, ainda este ano letivo, acrescentou.
O preço médio de um quarto para estudantes ultrapassa os 400 euros em Lisboa e Porto e a oferta privada disponível chega para menos de 10% dos jovens agora colocados nas universidades e politécnicos daquelas cidades.
Os dados são do Observatório do Alojamento Estudantil, que identifica diariamente a oferta privada de alojamento para estudantes e as rendas praticadas a nível nacional.
Os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior foram divulgados no domingo e, no total, ficaram colocados quase 50 mil alunos.