Louça preta de Molelos integra Produções Artesanais Tradicionais Certificadas

A produção tradicional da louça preta de Molelos passará a estar incluída no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas, na sequência de um processo iniciado há três anos pela Câmara Municipal de Tondela.

A aprovação da inclusão no registo nacional da produção desta louça – da qual há testemunhos pelo menos desde finais do século XIX – foi publicada na terça-feira em Diário da República.

“Esta publicação é a conclusão de todo um processo iniciado há três anos com a apresentação junto do Instituto do Emprego e Formação Profissional e da respetiva Comissão Consultiva para a Certificação de Produções Artesanais Tradicionais, que em abril de 2021 emitiram um parecer positivo, que é vinculativo num processo desta natureza”, disse hoje à agência Lusa fonte da Câmara de Tondela (titular do registo).

Tal permitiu que, “a partir daí, a louça preta fosse considerada certificada, ainda que tivessem de ser cumpridos todos os trâmites legais aplicáveis e que agora chegaram ao fim”, explicou, acrescentando que, neste momento, está “todo o processo concluído”.

Segundo a mesma fonte, “na sequência do processo de certificação, e conforme as especificidades legais que uma atividade desta natureza exige para a sua classificação enquanto produto artesanal certificado, também foi solicitado e autorizado, ainda em 2021, junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o registo da louça preta como produto de denominação de origem”.

Assim sendo, acrescentou, fica apenas a faltar “a decisão da candidatura ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, que obviamente será o corolário de toda uma aposta do município nesta nobre atividade de olaria e uma homenagem” a todos os oleiros.

“Esta certificação publicada em Diário da República é mais do que merecida também pela expressão de Molelos enquanto maior comunidade de olaria negra do país”, frisou.

A mesma fonte disse ainda que “este despacho reconhece também a soenga como um importante elemento identitário” do território e “enaltece e distingue a produção tradicional de Molelos como um autêntico museu vivo desta arte”.

A soenga – a mais antiga forma de cozer louça em Molelos, (concelho de Tondela, distrito de Viseu) – é uma cova circular aberta na terra que funciona como forno.

“A inclusão da produção tradicional louça preta de Molelos no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas traz mais-valias do ponto de vista da qualidade, do saber fazer, da importância da originalidade da sua prática e da preservação de toda essa originalidade”, acrescentou.

No despacho publicado em Diário da República pode ler-se que Molelos “é um dos já raros núcleos de produção de louça preta, provavelmente aquele que ainda demonstra maior vitalidade na atualidade”.

“A sua produção destaca-se pela cor negra (resultante da cozedura redutora), pelo tipo de decoração e pelo brilho conferido às peças, havendo testemunhos da produção dessa louça preta pelo menos desde finais do século XIX”, refere.

De acordo com o despacho, antigamente esta louça era exclusivamente utilitária e “teve uma relevância enorme na vida quotidiana das populações locais (que a utilizavam em todas as tarefas e situações do seu dia-a-dia), tendo inclusive servido outros mercados e sido largamente difundida por outras regiões”.

“Atualmente, uma nova geração de oleiros procura trilhar novos caminhos. Caminhos de modernidade ancorados nos saberes e técnicas tradicionais detidos pelos antigos artesãos, mas onde a inovação, o aperfeiçoamento técnico e uma abordagem mais criativa permitem um posicionamento deste centro oleiro na vanguarda do trabalho cerâmico em Portugal”, acrescenta.

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