Livro Mosteiro de S. Cristovão de Lafões, pelo conceituado fotógrafo português Homem Cardoso, publicado pela editora Almalusa

1960

Acabou de ser lançado no mercado o livro “Mosteiro de S. Cristovão de Lafões”, da autoria do conceituado fotógrafo português Homem Cardoso. Em edição de luxo, com 106 páginas no formato 20X25 cm, este livro homenageia não só um dos mais importantes monumentos do “triângulo” compreendido pelas cidades de S. Pedro do Sul, Oliveira de Frades e Vouzela, no Distrito de Viseu, como também pretende trazer à luz uma das mais belas obras da região, construída pela Ordem de Cister no Século XII com o inequívoco apoio de D. Afonso Henriques.

Quer os exteriores e interiores do Mosteiro, quer as cercanias, de uma rara beleza e com basta intervenção dos monges Cistercenses está espelhada neste livro idealizado e fotografado por Homem Cardoso, ele próprio um filho dilecto de S. Pedro do Sul.

A obra pode ser encomendada através do sistema “print on demand” (impressão por encomenda) sistema desenvolvido pela editora Almalusa que, desta forma, ultrapassa os 200 títulos de livros de fotografia publicados em tiragens sustentáveis (sem perdas de exemplares nem de papel e recursos).

Para encomendar a obra por favor visite: https://bit.ly/3756Zl4

Sobre o Mosteiro de S. Cristovão de Lafões:

A Ordem de Cister (Cîteaux), nascida em 1098 como tentativa de reforma dos beneditinos, já exixtentes desde o século VI, cedo veio para o território portucalense, já que é na década de quarenta do século XII que assistimos à filiação de S. Cristovão de Lafões e de S. João de Tarouca na ordem cistercense, através de Claraval (Clairvaux), o mosteiro do qual Bernardo de Fontaine (que havia de ser canonizado S. Bernardo) era o abade. É provável, segundo opinião hoje maioritária entre os estudiosos da época, que S. Cristovão tenha tido a primazia; mas o que não sofre dúvida é que ambos os mosteiros existiam já quando os monges brancos (Cister destinguia-se pelos hábitos brancos, quando os beneditinos se vestiam de negro) chegaram às respectivas casas e, nelas se integrando, as fizeram filhas de Claraval.

  1. Cristovão foi, de facto, fundado por D. João Peculiar, natural da vizinha Vouzela, figura excelsa de diplomata e sacerdote, que terminou a sua brilhante carreira como Arcebispo de Braga. Colaborador muito próximo de Afonso Henriques, viajante incansável, peregrino de Jerusalém e romeiro que sete vezes se deslocou a Roma (certamente para defender junto do Papa o direito de Afonso Henriques se intitular rei de Portugal), encontrou-se duas vezes com S. Bernardo, a quem deve ter oferecido bom acolhimento por parte de D. Afonso Henriques e até o seu mosteiro de S. Cristovão. A verdade é que o santo cistercense deve ter tido especial carinho pelo jovem rei, já que a vinda dos monges brancos é muito precoce, passados apenas 50 anos sobre a fundação de Cister (…) Pode supor-se que a esta atitude de ajuda não terá sido estranho o facto de ter havido ligações afectivas entre o Abade, saído de uma família da nobreza borgonhesa, e o Rei, descendente de um rei de França e de um duque de Borgonha. Afonso Henriques deu especial atenção aos recém- chegados monges brancos, concedendo coutos aos seus mosteiros e os mais variados bens, por exemplo, cumulando de terras o mosteiro de Alcobaça, fundado em 1153, ano da morte de S. Bernardo. (…)

No contexto da fundação, não pode deixar de ser citado o nome de João Cirita. O crédulo Frei Bernardo de Brito, cronista cistercense, atribui-lhe a fundação de vários mosteiros de Cister e até o título de abade geral da ordem, cargo inexistente na sua época. O que sabemos dele é que foi abade de S. Cristovão, provavelmente antes da sua filiação em Cister, e que existem algumas relíquias suas na igreja conventual, em cenotáfio que uma placa de mármore, muito mais tardia, assinala como pertencendo a João Cirita, “padre fundador deste mosteiro”. Cirita existiu e teve importante papel no desenvolvimento do mosteiro; a importância que lhe era atribuída reflecte-se não só nos seu cenotáfio (único na igreja do mosteiro) bem como na designação do vizinho morro coroado pela capela da Senhora da Boa Morte – Monte Cirita.

Sobre o Autor:

António Homem Cardoso

Nasceu em S. Pedro do Sul, em 1945. Dez anos depois ruma a Lisboa onde tem o

primeiro contacto com a fotografia pela mão do ator Americano Edie Constantine aos

14 anos, quando é figurante do filme Edie em Lisboa e conquista, nessa data, a sua

primeira câmara fotográfica, uma Voigtlander Vito B com telémetro Medis acoplado,

generosidade do actor na sua despedida de Portugal.

Seguem-se alguns anos de fotografia “vadia” entre bares e casas de fado e a publicação

dos primeiros trabalhos na imprensa, (cenas de rua) nomeadamente no Diário de

Notícias e Diário Popular.

Por volta dos 17 anos monta o seu primeiro laboratório na Quinta de S. Vicente onde

fica como fotógrafo residente, e onde conhece diversas personalidades com quem

estabelece relações de amizade para toda a vida.

Integrado no Exército em 1966, concluiu aí o curso de operador de fotografia e cinema

com altas classificações, e cumpre todo o serviço militar (até 1969) nesta especialidade.

Em 1968 conhece Mestre Augusto Cabrita – a pessoa que mais amou na vida aparte a

sua família mais chegada – que influencia extraordinariamente a sua carreira e o

convida para a realização em co-autoria de diversos trabalhos, entre os quais o livro

“Cozinha Tradicional Portuguesa” atualmente com mais de seiscentos mil exemplares

vendidos e traduzido em diversas línguas.

Ao serviço da revista “Observador” realizou grandes reportagens em África.

No início dos anos setenta monta o seu estúdio na Lapa, em Lisboa, onde começa uma

actividade vertiginosa de fotógrafo de publicidade, de moda e de editorial.

A partir de 1974 com a restauração da democracia, e até a actualidade, participa como

autor de retratos em muitas das campanhas políticas feitas em Portugal.

Em 1980 começa uma parceria com o Arqº. Hélder Carita de defesa e mostra do

património cultural português com a publicação de diversos livros entre os quais o

“Tratado da Grandeza dos Jardins em Portugal” referenciado como livro de arte

excepcional pela revista francesa Vogue.

Algumas participações como ator em novelas e filmes como p.ex. “O Fio do

Horizonte”de Fernando Lopes, onde contracena com Claude Brasseur

Tem cerca de cem livros publicados, e alguns no prelo.

Realizou imagens para discos fonográficos para, entre outros, Trovante, Madre Deus,

Rui Veloso, José Cid, Marco Paulo, Frei Hermano da Câmara, etc.

Foi director das revistas Foto e Super Foto Pratica no primeiro ano do seu lançamento, e

foi director de fotografia de diversas publicações de índole generalista.

Escreveu textos de paixão sobre diversas personalidades com quem manteve relações

excepcionais como p.e. Amália Rodrigues.

É autor das fotografias oficiais de muitos “Primeiros” e Chefes de Estado, e de algumas

personalidades do mundo.

É autor de colecções filatélicas sobre gastronomia e arquitectura tradicional portuguesa.

É fotógrafo oficial da Casa Real Portuguesa.

Nunca concorreu a qualquer concurso fotográfico, sendo que, os prémios obtidos foram

atribuídos ao seu trabalho sem qualquer participação própria.

Trabalha há 35 anos com Maria João de Moraes Palmeiro, responsável pela produção e

pós-produção de todas as suas imagens.