Lamego quer Máscaras de Lazarim como património da humanidade em três anos

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 O presidente da Câmara Municipal de Lamego assumiu  que ambiciona que as Máscaras de Lazarim sejam património imaterial da humanidade em três anos, depois de ter começado o processo em 2018 e ter terminado o inventário nacional.

“Será difícil neste momento adiantar datas exatas à sua elevação, mas será necessariamente num futuro próximo. O início deste processo decorre desde 2018 (…), eventualmente, não será demasiado ambicioso afirmar que num percurso de igual tempo conseguiremos um desidrato que hoje reafirmamos e nos propusemos há três anos”, disse Ângelo Moura.

Numa cerimónia no Centro Interpretativo da Máscara Ibérica (CIMI), na vila de Lazarim, Lamego, a norte do distrito de Viseu, o fez ontem um ponto de situação do processo aos jornalistas e artesãos, de modo a assinalar o Entrudo que, por causa da pandemia, não sai à rua.

Esta “certeza e a convicção, cada vez mais consolidada, que tal será alcançável”, do presidente da Câmara, tem por base a elevação dos Caretos de Podence, em dezembro de 2019, a património da humanidade, “num processo também longo”.

No seu entender, Lazarim também vai ter de fazer um percurso semelhante, após “a inventariação e catalogação das máscaras existentes, em mais de meio milhar, para além da coleção que existe no Centro de Interpretação da Máscara Ibérica” e só a título nacional.

“Encontram-se também várias coleções dispersas por todo o mundo, desde os Estados Unidos, Japão, Brasil, quer em coleções particulares, quer institucionais, para além das que estão na posse de muitos portugueses dispersos por toda a diáspora” portuguesa, acrescentou.

Ângelo Moura adiantou que, após “várias etapas e ações concretizadas”, o processo de candidatura tem de ter” um plano de salvaguarda que é determinante e absolutamente vital” para a continuidade das máscaras.

“É a garantia de que as Máscaras de Lazarim continuam a ser concebidas e executadas de acordo com os métodos ancestrais, da mesma forma, isso é que é a garantia da sua autenticidade, genuidade e da sua manifestação iminentemente cultural e única”, defendeu.

Desde 2018, início do processo de candidatura, contou o autarca, “há essencialmente uma nova identidade à volta das Máscaras de Lazarim com mais artesãos, com artesão mais jovens, e até, neste momento há artesãos do sexo feminino também envolvidos nesta prática”.

“A Máscara de Lazarim visa constituir, em conjunto com o careto, uma unidade que dá depois corpo ao Entrudo de Lazarim e é todo este processo que mantemos e pretendemos manter de forma genuína”, destacou.

Esta é uma manifestação cultural que o autarca quer “transformar em motor de desenvolvimento e de afirmação económica”, uma vez que considerou que Lamego “tem de fazer uma aposta muito séria e estratégica no turismo” e, para isso, “tem de ter algo próprio que o identifique, que seja genuíno para oferecer”.

“Além do nosso património edificado e natural, tempos também esta vertente do património cultural e aqui, claramente, a máscara e o Entrudo de Lazarim é uma vertente que pretendemos afirmar e sublinhar e pôr ao serviço do desenvolvimento e bem-estar” das populações locais, destacou.

Ângelo Moura defendeu que esta “manifestação cultural, iminentemente popular, tem essa capacidade e essa potencialidade e pode ser uma das vertentes do motor da afirmação turística”, principalmente, salientou, “nesta retoma económica no período pós-covid”.