O socialista Jorge Coelho disse ontem que se sente “insultado” quando dizem que Viseu é o “cavaquistão”, defendendo que os habitantes do distrito não esquecem o passado e não querem voltar a viver nesse tempo.
“Não nos chamem nomes! Nós somes viseenses. Aqui não há cá cavaquistão nenhum, nós somos de Viseu”, exclamou, dizendo sentir-se “insultado” depois de terça-feira à noite Rui Rio ter dito num comício em Viseu que viu o “cavaquistão renascer”, numa referência às grandes votações que o distrito deu ao antigo líder do PSD Aníbal Cavaco Silva.
Falando num comício na praça da República, em Viseu, distrito de onde o antigo ministro socialista é natural, Jorge Coelho disse que todos têm “memória” e não esquecem “o que foi o passado relativamente a esse tempo” em que não quer “voltar a viver”
Referindo-se ainda às ações de campanha de Rui Rio no distrito, Jorge Coelho disse ter lido num jornal que, à chegada a Lamego, confrontando com o facto de “não ter lá ninguém à espera”, Rui Rio justificou a situação dizendo que ninguém sabia que ele ali ia iria estar e que se soubessem que ali iria estaria lá uma “multidão”.
Então, continuou Jorge Coelho, perante a insistência dos jornalistas Rui Rio disse que talvez não estivesse lá ninguém “porque pensavam que era o dr. António Costa”, uma afirmação que, para o socialista, denota “arrogância” e “não fica bem” ao líder de um partido com a história do PSD.
“Eu dou daqui um conselho ao dr. Rui Rio. Oh, r. Rui Rio, pense lá um bocadinho. É que se calhar não estavam mesmo porque sabiam que era o dr. Rui Rio que ia a Lamego. Há essa hipótese, não é”, afirmou, arrancando aplausos e gargalhadas a quem assistia ao comício.
Jorge Coelho aproveitou para dizer que lhe causa “estranheza” o facto de os restantes partidos que se deslocaram a Viseu em campanha se terem “enfiado dentro de instalações fechadas” e que ninguém tenha tido a “coragem” de ir para a “praça central” dizer “o que lhes vai na alma”.
O presidente da federação de Viseu do PS, António Borges, disse também que há a ideia de que o “cavaquistão” é um “estigma negativo que prejudica” o distrito e uma forma de diminuir perante o país aqueles que vivem naquele território.
Assim, defendeu, é também um “desígnio” das eleições do próximo domingo “acabar com esse estigma que tem perseguido e diminuído” o distrito aos olhos do país, o que não significa transformar o “cavaquistão” num “costaquistão”, até porque António Costa “não o deixava”.
Lusa