Jardins Efémeros realizam-se em julho no Parque Aquilino Ribeiro de Viseu

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A IX edição dos Jardins Efémeros vai realizar-se em Viseu, entre 03 a 11 de julho, com todos os espetáculos no Parque Aquilino Ribeiro, ao invés do centro histórico, devido às restrições impostas pela covid-19.

“Adaptada a edição às questões de segurança, convergindo com a missão ‘A cultura é segura’, todos os espetáculos ocorrerão no Parque Aquilino Ribeiro de Viseu, em articulação com a Direção-Geral da Saúde”, anuncia a organização, em comunicado  divulgado.

No que respeita ao som, estão já confirmadas três apresentações únicas em Portugal e em estreia absoluta nos Jardins Efémeros.

“Suso Saiz, que estará pela primeira vez em Portugal, e André Gonçalves estarão em residência no Teatro Viriato para a criação e apresentação do espetáculo sonoro ‘Música para caminhos que começam’”, avança a organização.

O português André Gonçalves opera em várias áreas artísticas (artes plásticas, música, instalação e performance), e é reconhecido pelo seu trabalho enquanto criador da marca de sintetizadores modulares ADDAC System. O compositor, músico e produtor Suso Saiz é considerado uma referência da música eletrónica em Espanha.

“Os dois artistas têm como desafio unirem-se durante uma semana com os seus instrumentos, que lhes são mais familiares”, com o objetivo de “criarem um conjunto de temas para apresentação final”, refere a organização, contando que são dois músicos de gerações diferentes, mas “com predileções e estéticas musicais partilhadas”, que “tentarão encontrar um caminho comum”.

Também já confirmaram a sua presença Lyra Pramuk (Estados Unidos/Alemanha) e Bendik Giske (Noruega/Alemanha), “duas figuras maiores da música avançada europeia”, que darão “espetáculos únicos em Portugal”, a convite da organização.

“Para Pramuk, a voz é implantada de forma mais imaginativa e sedutora, é exatamente onde a esfera da música eletrónica é concebida como um espetro modular”, explica, sublinhando que o seu álbum “Fountain” foi “criado inteiramente com a sua própria voz, embora muitas vezes moldada e estruturada por eletrónicos”.

Já o artista e saxofonista Bendik Giske “usa a fisicalidade, a vulnerabilidade e a resistência como ferramentas de expressão” e, com o trabalho “Surrender”, promete levar os espetadores “a uma verdadeira viagem pela euforia e o desejo de viajar pelas noites passadas na vida noturna de Berlim”.

Em Viseu, estará também o coletivo Sereias, do Porto, que oferecerá “uma corrida contra a própria música”, em que “a palavra luta contra o som e o som contra a palavra”.

Nas artes visuais, a organização avança a presença de João Louro, com a criação de uma escultura de grande escala que será colocada nos jardins do Parque Aquilino Ribeiro, intitulada “TESSERATO”.

A nona edição dos Jardins Efémeros disponibilizará “mais de 800 vagas no seu serviço educativo, adaptado à realidade para garantir a segurança de todos”.

“Os Jardins Efémeros, cuja missão última pretende ser uma contribuição para a melhor qualidade de vida das pessoas que serve, inscreve desde sempre, no seu programa, o compromisso e a sua implicação direta com a comunidade educativa de Viseu”, recorda a organização.

O serviço educativo Casa dos Sonhos foi adaptado, por entender que, “especialmente às crianças, não lhes pode ser subtraída, além da educação formal, a capacidade de empatizar e de sonhar através das artes e da cultura”.

“Para garantirmos que não haja qualquer risco de saúde, no exercício pleno das atividades que pretendemos oferecer, será a Casa dos Sonhos que vos visitará nas instituições educativas”, justifica.

A organização está ainda a disponibilizar três chamadas de artistas para as áreas das artes visuais e da música, apenas para emergentes, devendo as candidaturas ser entregues até 18 de maio.

A introdução, este ano, de “um espaço estritamente dedicado à emergência artística”, tem como objetivo divulgar a obra dos artistas visuais e sonoros “residentes em Portugal, em zonas do interior (…), neste caso em Viseu”, e sensibilizar a comunidade “para a valorização da criação artística de novos trabalhos originais de artistas visuais e sonoros” do país.

“Em fase crítica de sobrevivência financeira, disponibilizamos, a este setor de atividade, um espaço físico de mostra, de promoção e de apresentação de trabalhos originais”, realça.

Organizados pela Pausa Possível – Associação Cultural e de Desenvolvimento, os Jardins Efémeros são financiados pelo município de Viseu e pela Direção Geral das Artes.

A organização espera, em 2022, já poder regressar ao centro histórico de Viseu.

“Dizemos um até já ao centro histórico de Viseu, local onde pertencem afetivamente os Jardins Efémeros, mas asseguramos-vos que estamos a preparar a edição de 2022, com convites já endereçados a uma dupla para criar a intervenção artística efémera no local onde pertencemos – a Praça D. Duarte”, avança a organização.