Contava a minha avó
E não foi uma vez só
Que no interior profundo do País
Havia um burro que dava um bom Juiz…
Um dia, ao cair da tarde
Aconteceu algo que criou um grande alarde
Corria aos gritos, a Micas, toda ensanguentada
E atrás dela, o João, aos pontapés e à lambada…
A pobre Micas caiu
Ficou prostrada no chão
E quando o burro a viu
Investiu contra o João…
Derrubou-o e de imediato
Deu-lhe coices a valer
E com a agilidade de um gato
Pisou o João “sem querer”!
Depois “sorriu” para a Micas que sangrava
E que o mimou com festinhas no focinho
Recebeu palmas do povo que se juntava
Com o João cabisbaixo e sozinho!
Foi então que alguém gritou, muito feliz:
– Este burro dava um bom Juiz!
Post scriptum
Não consta na imprensa escrita e falada
Que em troca, o burro tenha recebido nada
Nem benesses nem “borlas” de qualquer clube
Também não consta que tenha livrado do “aljube”
Com base no Novo testamento
Alguém que prá mulher foi violento!