O grupo francês PSA anunciou que comprou a empresa Amanhã Global, uma ‘startup’ com sede no Porto que se dedica à reciclagem de peças de automóveis, sem revelar o montante investido.
“A PSA Aftermarket adquiriu a empresa portuguesa Amanhã Global e a sua plataforma de ‘e-commerce’ (comércio eletrónico) B-Parts.com, adquirindo uma participação maioritária no capital da empresa”, informou o grupo, que tem um centro de produção em Mangualde, no distrito de Viseu.
Na mesma nota, a PSA refere que a ‘startup’ de capital português Amanhã Global “é um operador de primeiro plano na economia circular e a sua plataforma B-Parts é líder europeia em peças usadas para automóveis”.
A direção portuguesa da Amanhã Global vai manter “integralmente” as suas funções, acrescenta.
Esta aquisição visa completar a estratégia da empresa francesa relativamente à economia circular e ao objetivo de triplicar o volume de negócios até 2023, esclarece.
“Esta aquisição completa o dispositivo existente na PSA Aftermarket na área de reutilização de peças (Reuse), que constitui um dos três pilares da economia circular juntamente com a reparação (Repair) e a reconstrução (Reman), os “3R” desta economia em pleno desenvolvimento”, refere o comunicado.
Por sua vez, a compra da B-Parts insere-se na estratégia de alteração do modelo de negócios da PSA Aftermarket, que quer estar apta a fornecer peças de reposição para automóveis “para todos os orçamentos, em mercados de todo o mundo”.
O grupo francês considera também que este negócio vai contribuir para a redução da pegada ambiental, uma vez que as peças reutilizáveis resultam num ganho de 100% em matéria-prima comparativamente à fabricação de peças novas.
“Este investimento permite-nos entrar no coração da cadeia de valor das peças reutilizáveis, que constituem um dos três pilares da oferta da economia circular”, afirma, em comunicado, o vice-presidente sénior da PSA Aftermarket, Christophe Musy.
Já os diretores gerais da Amanhã Global, Manuel Araújo Monteiro e Luís Sousa Vieira, consideram que esta aquisição por parte da PSA é um acordo “altamente benéfico” para as partes, uma vez que a “PSA passa a ser o primeiro construtor a tomar uma posição no mercado de peças usadas, e a B-Parts ganha uma oportunidade única para aceder à vasta rede de clientes da PSA”.
Em 15 de julho, a PSA informou, através de um comunicado, que o nome corporativo resultante da fusão da PSA com o grupo italiano-norte-americano Fiat Chrysler Automobiles (FCA) será STELLANTIS.
“À medida que avançam para a conclusão da sua fusão 50:50, conforme definido no Acordo de Combinação”, anunciado em 18 de dezembro de 2019, a PSA e a FCA informaram que “o nome corporativo do novo grupo será STELLANTIS”.
A nota sublinhava que esta designação será utilizada “exclusivamente para se referir” ao novo grupo, “como uma marca corporativa”.
A “conclusão do projeto de fusão” entre o grupo francês PSA, fabricante da Peugeot, Citroën e Opel, e o grupo Fiat Chrysler Automobiles “é esperada para o primeiro trimestre de 2021, sujeita às habituais condições de fecho de negociações, incluindo a aprovação pelos acionistas de ambas as empresas, nas respetivas assembleias gerais extraordinárias”.
Em 31 de outubro, o FCA e o PSA anunciaram que se iam fundir em partes iguais e tornar-se no quarto maior fabricante de automóveis do mundo, com sinergias estimadas em 3,7 mil milhões de euros por ano.
O futuro novo grupo automóvel também terá vendas estimadas em 8,7 milhões de unidades (9,5% do total global) e uma capitalização de cerca de 45.000 milhões de euros.