Apenas um ano após a construção da sua fábrica em Satão, Viseu, a Fruut, marca de snacks de fruta desidratada 100% naturais, decidiu ampliar a unidade com o objetivo de duplicar a sua capacidade de produção, que é atualmente de 7,7 milhões de embalagens de 20 gr/ano. O projeto deverá estar concluído em junho de 2018 e irá criar 5 novos postos de trabalho, a acrescentar aos 19 já existentes.
A marca, que chega a cinco mercados – além de Portugal, vende para Espanha, Japão, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido – gera um volume de negócios já próximo dos 2 Milhões de Euros (M€), registando uma média de crescimento anual de 28,2%. Este ano deverá faturar mais 45,7% face a 2016.
E tudo começou com o objetivo de preencher uma lacuna no mercado: a escassa oferta de snacks saudáveis, 100% naturais. Em 2012, Filipe Simões que, antes de cofundar a Frueat passou por empresas como Xerox ou as editoras Asa e Civilização, conheceu a Sociedade Agrícola Quinta do Vilar, do outro cofundador Henrique Menezes, cujo principal negócio é a comercialização de fruta fresca, mas que desenvolvia paralelamente, ainda que sem expressão em termos de vendas, a desidratação de fruta. Tornaram-se sócios e fundaram a Frueat, com o objetivo de lançar a marca Fruut.
Marca privilegia produto nacional como maçã da Beira ou pera rocha
“A nossa principal inspiração foi criar algo que transcendesse o produto. Queríamos deixar o nosso contributo para um mundo melhor, com hábitos alimentares mais saudáveis, sustentabilidade e uma agricultura mais dinâmica”, conta Filipe Simões, CEO da Frueat, empresa com sede no Porto que comercializa a Fruut. Assim, nasce a Fruut: uma marca de snacks saudáveis, que transforma fruta com baixo valor comercial, a chamada fruta feia que o mercado rejeita, num snack sem aditivos ou conservantes. Não são utilizados químicos na produção, apenas água para lavagem e transporte, a desidratação recorre a ar natural e não comprimido e as embalagens não contêm alumínio.
Com sete sabores – maçã vermelha, maçã verde, maçã canela, maçã Fuji, pera rocha, pêssego e abacaxi – a Fruut tem um único ingrediente: fruta. Cerca de 45% da matéria-prima, sobretudo maçã da Beira, é fornecida pela Sociedade Agrícola Quinta do Vilar. A percentagem restante é assegurada maioritariamente por produtores portugueses. “Privilegiamos os fornecedores nacionais, porque conhecemos a qualidade do produto português. Apenas, o abacaxi, que não temos disponível em Portugal, vem de fora”, explica o CEO da Frueat.
Em quatro anos, 15 milhões de peças de fruta fresca, correspondentes a 2.500 toneladas, foram aproveitadas. Isto, quando, 30% da fruta produzida na Europa é desaproveitada todos os anos. Além disso, não há desperdícios, já que as cascas e caroços – 70 toneladas desde 2013 – são reaproveitados por agricultores locais para alimentação de animais e para fertilização dos solos.
Distinguida logo no primeiro ano de atividade com o prémio Foods & Nutrition Awards 2013, na categoria de “Inovação” e, em 2016, com os prémios Foods & Nutrition Awards 2016 (“Sustentabilidade Alimentar”), Prémio Nacional da Agricultura 2016 “Novos projetos” e Prémio Empresa do Ano 2016 (IPAM/Laureate), a Fruut vendeu já cinco milhões de embalagens, chegando atualmente a cerca de 7.000 lojas de cadeias como Aldi, BP, Continente, Dia, El Corte Inglés, E.Leclerc, Froiz, Galp, Intermarché, Jumbo, Makro, Mercadona, Pingo Doce e Relay.
“O negócio está em franco crescimento. Em apenas quatro anos, sentimos que fazemos parte do dia-a-dia de muitos portugueses e não só. Em janeiro do próximo ano lançaremos uma nova linha de produtos que será o futuro da Fruut, mas sobre a qual não podemos revelar para já mais pormenores. Estamos também focados em conquistar o mercado espanhol, criando uma estrutura independente para a dinamização do negócio no país vizinho”, avança Filipe Simões.