Francisco Almeida (CDU), o inconformado que quer uma vida melhor para a população

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Inconformado com o “escandaloso abandono” a que o poder político tem votado o interior do país, o professor Francisco Almeida avança pela CDU nas próximas eleições autárquicas para lutar por uma vida melhor para quem vive em Viseu.

“Gosto de Viseu e isso motiva-me a defender esta minha terra e todos os que nela vivem e trabalham”, afirma Francisco Almeida, de 62 anos, que deu a cara pelos movimentos contra as portagens nas autoestradas A25 e A24, e pela criação da universidade pública de Viseu.

Natural do concelho de Vouzela, Francisco Almeida é professor do Ensino Básico especializado em Gestão e Administração Escolar e coordenador do Sindicato dos Professores da Região Centro no distrito de Viseu.

A sua intervenção política iniciou-se logo após o 25 de Abril de 1974, tendo sido membro da direção da Associação de Estudantes da Secção Técnica de Vouzela da Escola Industrial e Comercial de Viseu.

“Nesta escola, fui também membro do conselho diretivo, quando, à época, os estudantes tinham participação na gestão das escolas. Creio que foi aí que iniciei a minha intervenção cívica e, de certa forma, política”, refere.

O dirigente sindical não tem dúvidas de que os seus professores foram determinantes na sua formação política. Em 1983, tornou-se militante do PCP, partido em que ocupa vários cargos, tendo já sido candidato a órgãos autárquicos nos concelhos de Vouzela e de Viseu.

Francisco Almeida também já foi candidato em eleições legislativas pelo círculo eleitoral de Viseu, mas, agora, entendeu voltar a ser o momento de encabeçar a lista à Câmara da capital de distrito.

“Não me conformo com uma gestão municipal que se limita a fazer esta ou aquela obra, mas não tem uma visão estratégica para o concelho de Viseu e, em simultâneo, se conforma com o esquecimento a que o Terreiro do Paço nos vota”, afirma.

O candidato comunista não aceita que os órgãos municipais “se fiquem por piedosas declarações sobre a falta do caminho-de-ferro em Viseu” ou “a inércia relativamente à criação da universidade pública de Viseu”, e critica “a falta do matadouro ou o roubo que constituem as portagens nas duas autoestradas que servem as ligações regionais” do concelho (A25 e A24).

“As potencialidades do concelho são muitas se vistas a partir também dos concelhos que nos rodeiam”, sublinha o porta-voz da Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A24 e A23 e membro do conselho nacional e do secretariado nacional da FENPROF (Federação Nacional de Professores).

Se for eleito, Francisco Almeida terá como principal preocupação “dialogar, ouvir e mobilizar vontades para que seja possível viver melhor” em Viseu.

“Creio que a Câmara e a Assembleia Municipal de Viseu devem reverter o processo de municipalização de áreas fundamentais como a saúde e a educação. O Governo do PS quer sacudir responsabilidades em áreas centrais da nossa vida”, considera.

O candidato comunista sublinha que “a educação, a saúde e a segurança social ou a segurança pública são responsabilidade do Estado”.

“É claro que o poder local deve ser parceiro nestas matérias, mas não deve assumir responsabilidades do poder central, nomeadamente do Governo”, defende.

No que respeita a obras, Francisco Almeida entende que o concelho de Viseu precisa de algumas “de pequena dimensão”. Mas, além dessas obras, “faz falta uma visão estratégica que contribua para que se viva melhor”, como a ligação à ferrovia ou a requalificação da Estrada Nacional 229 (que liga ao Sátão).

Francisco Almeida defende ainda que é necessário “baixar o custo exagerado da água”, desenvolver um plano turístico que tenha em conta que Viseu está no centro de uma região que inclui termas em cinco concelhos e várias serras, e construir um metro de superfície que, numa primeira fase, ligue Viseu à região de Lafões.

Para o professor, um presidente da Câmara deve dialogar, ouvir todas as opiniões e construir consensos, “promover o acesso de todos aos processos de suporte das decisões tomadas” e “assumir a diferença, quando for caso disso”.

Nas eleições autárquicas de 2017, o PSD conseguiu 51,74% dos votos (seis mandatos) e o PS 26,46% (três mandatos). A CDU (PCP–PEV) conquistou 3,85% da votação.