Um projeto cultural em rede vai levar, entre julho e outubro, “concertos improváveis”, residências artísticas e instalações de luz no património, aos municípios de Aveiro, Viseu e Guarda, num investimento de quase 300 mil euros, foi hoje anunciado.
Fortalecer a ligação entre estes três municípios da zona centro é um dos objetivos do projeto denominado “Eixo Cultural A25 – Rede de Criação e Programação”, que foi apresentado hoje em Aveiro.
Esta iniciativa, liderada pelo município de Aveiro em conjunto com os municípios da Guarda e Viseu e a Entidade Regional do Turismo do Centro de Portugal, é uma parceria estratégica, estruturada como uma operação de programação cultural em rede.
Durante a conferência de imprensa para apresentar o “Eixo Cultural A25” o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, defendeu que é preciso acabar com a dicotomia “do litoral e do interior”, porque “temos um território tão pequeno”.
“Nós temos de jogar um jogo diferente que é desenvolvermos projetos, investimentos, trabalho público e privado, que jogue o jogo total, com peças transversais ao território, do nosso litoral atlântico à nossa fronteira com Espanha, e este projeto faz esse exercício”, disse o autarca.
Na mesma ocasião, o presidente da Câmara da Guarda, Chaves Monteiro, realçou que este projeto vai servir para apoiar os criadores e artistas, que estão a passar por uma situação difícil, devido à pandemia de covid-19.
Já a presidente da Câmara de Viseu, Conceição Azevedo, comparou este projeto a “uma verdadeira autoestrada cultural a unir estes três concelhos”, perspetivando que o mesmo será para repetir, adiantando que essa era a ideia de Almeida Henriques, o anterior presidente da Câmara viseense, que morreu em abril, vítima de covid-19, e que foi um dos mentores deste projeto.
Orçado em quase 300 mil euros, apoiados em 85% por fundos europeus, o projeto “Eixo Cultural A25” contempla 12 ações, envolvendo cerca de 130 artistas e técnicos.
O destaque vai para dois “concertos improváveis”, um deles com António Zambujo e a Orquestra Filarmonia das Beiras (sediada em Aveiro), e o outro com Cuca Roseta e a Orquestra Filarmónica Portuguesa (cuja Orquestra Académica tem sede na Guarda), que irão passar pelos três municípios, num total de seis espetáculos.
A programação inclui ainda três residências artísticas com duas bandas/artistas de cada concelho, que culminarão com uma apresentação pública em cada um dos municípios. Cada grupo criará um máximo de nove temas originais, dando lugar a um novo projeto musical com assinatura de duas cidades diferentes.
Finalmente, a 24 e 25 de setembro, os centros históricos das três cidades irão iluminar-se, no âmbito de três intervenções artísticas originais de grande escala e utilizando a luz como recurso central, em registo de ‘site specific’, tendo como objetivo a valorização de lugares de relevância patrimonial no contexto dos municípios promotores.
Esta ação irá realizar-se em simultâneo, funcionando como uma proposta de percurso artístico-cultural pelas três cidades, estimulando novas formas de as visitar e descobrir.