O distrito de Viseu conta este ano com mais 63 operacionais afetos ao dispositivo de combate aos incêndios do que em 2019, nos meses de julho a setembro, época que envolve mais meios, disse hoje o comandante operacional distrital.
“Comparativamente com o ano de 2019, temos mais 63 operacionais. No ano anterior tivemos 776 e, em 2020, temos 839, dos quais 303 bombeiros. Em termos aéreos, o distrito de Viseu terá seis meios no nível de maior empenhamento”, anunciou o comandante operacional distrital (Codis) de Viseu, numa videoconferência.
Miguel Ângelo David especificou que “o aeródromo em Viseu, desde o dia 01 de maio, tem dois aviões anfíbios, receberá hoje o helicóptero e receberá o avião de avaliação e reconhecimento. Santa Comba Dão já tem o helicóptero ligeiro e Armamar terá, em junho, um helicóptero ligeiro, num total de seis até 15 de outubro”.
“Tendo em conta os contratos da Força Aérea, a partir deste momento e até janeiro de 2023, o distrito de Viseu fica servido com um dispositivo de meios aéreos permanentes de janeiro a dezembro”, adiantou.
No distrito, haverá também uma base de apoio logístico em Mangualde, que dará suporte ao dispositivo em maior número. Da propriedade de câmaras municipais, há seis máquinas de rasto e 16 veículos autocarro, também de alguns corpos de bombeiros, sobretudo para o apoio à rendição e movimentação de meios.
Na sexta-feira, entra em vigor o nível II de empenhamento operacional e, com isso, há reforço dos meios da rede primária, que iniciou a 07 de maio.
Assim, a partir de sexta-feira e até ao final do mês estão afetos 617 operacionais para o combate a incêndios, um número que sobe para 756 no mês de junho, nível III, e atinge o número máximo de operacionais, 839, no nível IV, que começa a 01 de julho e termina a 30 de setembro.
Dada a atual pandemia da covid-19, o plano de combate a incêndios “foi ajustado”, tendo em conta as recomendações da Direção Geral da Saúde (DGS).
“Pedimos a todos os serviços municipais de proteção civil para, em todas as freguesias críticas, considerarem a identificação de infraestruturas físicas que pudessem ser utilizadas como apoio de retaguarda aos nossos postos de comando”, adiantou Miguel Ângelo David.
Isto porque, explicou, no âmbito do plano de contingência da covid-19 da proteção civil, “a permanência dentro do veículo de comando e comunicações terá de ser com o número limitado de elementos e segundo regras de etiqueta respiratória”.
“Também pedimos a envolvência dos municípios para apoiarem os bombeiros na parte logística, porque sabemos que há restaurantes em ‘lay-off’, outros estão fechados, e, por isso, pedimos que fosse verificada a capacidade instalada para o número de refeições que têm capacidade de fornecer para podermos ter um plano B e um plano C, em caso de incêndios”, explicou.
Miguel Ângelo David adiantou também que “o risco de contágio [do novo coronavirus] entre os bombeiros é permanente” e, por isso, “o plano de contingência é permanentemente monitorizado, até porque há que ter consciência de que os recursos não são inesgotáveis”.
No que diz respeito à limpeza de terrenos, o comandante admitiu “preocupação existente com zonas que, efetivamente, ainda carecem de intervenção”.
Avisou também que “esta chuva é favorável ao crescimento de combustíveis finos”, uma vez que a partir do final do mês de maio “está prevista uma temperatura mais adequada à época”.