Diretor nacional da PSP diz estar “sempre com os polícias"

O diretor nacional da Polícia de Segurança Pública disse hoje estar “sempre com os polícias” que estão em protesto, avançando que está a ser feita uma avaliação dos carros da PSP que estão parados.

“Eu estou sempre com os polícias, eu sou diretor dos polícias e tenho que estar naturalmente com os polícias”, disse aos jornalistas José Barros Correia no final da cerimónia que assinalou, em Lamego, os 147 anos do Comando Distrital da PSP de Viseu.

O diretor nacional da PSP foi questionado sobre os vários protestos dos polícias iniciados na segunda-feira por melhores condições salariais e de trabalho, ações que tiveram início num movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP contra o subsídio de risco atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária.

Desde o final da tarde de segunda-feira que vários carros de patrulha da PSP, principalmente no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis), estão parados, alegando os polícias que estão inoperacionais e com várias avarias.

Fonte da PSP disse à Lusa que são mais de uma centena os carros inoperacionais e “sem condições para circular” nos comandos de Lisboa, Setúbal, Santarém, Porto e Açores.

Também desde segunda-feira elementos da PSP estão concentrados em frente à Assembleia da República e, segundo o presidente do Sindicato Nacional de Polícia, às 13:30 de hoje eram cerca de uma centena os agentes em protesto.

O diretor da PSP indicou que “importa perceber bem o que aconteceu porque efetivamente houve viaturas que ficaram inoperacionais”, sendo uma situação que “acontece com alguma frequência”.

José Barros Correia disse também que “esta situação está a ser naturalmente avaliada e acompanhada pela direção nacional e pelos Comandos Metropolitanos de Lisboa e Porto”.

O responsável precisou que está a ser feita uma avaliação dos carros inoperacionais e um levantamento das necessidades de viaturas do Cometlis para que o comando seja reforçado com carros de outros zonas do país para minimizar as dificuldades.

Nos protestos na Assembleia da República estão também militares da GNR e elementos da guarda prisional.

O presidente do Sinapol afirmou que ao final da tarde de hoje está previsto que um maior número de polícias se juntem ao protesto em frente ao parlamento.

A contestação dos elementos da PSP, juntamente com os militares da GNR, teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Os elementos da PSP e da GNR consideram tratar-se de um “tratamento desigual e discriminatório”.

Sobre a atribuição deste subsidio à PJ, o diretor nacional da PSP afirmou ter ficado satisfeito com que os inspetores da Polícia Judiciária conseguiram, mas devia acontecer o mesmo reconhecimento para o polícia da PSP.

Também na segunda-feira algumas dezenas de elementos da PSP estiveram concentrados na cidade do Porto, em frente à Câmara Municipal, onde chegaram a estar mais de 300 pessoas.

Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicatos, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.

Na sexta-feira, esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna pela falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR.

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