A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões está a participar num projeto que tem como objetivo mitigar os efeitos das alterações climáticas no Sul da Europa e nas regiões ultraperiféricas da União Europeia.
“O projeto Life Nieblas teve início nas ilhas Canárias e tem, como elemento caracterizador, o recurso a protótipos de coletores de neblina”, avança a CIM, num comunicado que foi hoje divulgado, acrescentando que estão envolvidos oito parceiros.
Estes protótipos de coletores de neblina “permitem a recuperação de aquíferos e a consolidação de áreas florestais, uma vez que proporcionam uma irrigação regular, facilitando, dessa forma, o crescimento sustentado do coberto vegetal”, explica.
No âmbito da sua participação neste projeto, a CIM Viseu Dão Lafões vai reflorestar algumas zonas afetadas por incêndios com espécies autóctones, utilizando os coletores de neblina, que permitirão “a recuperação sustentável de florestas e aquíferos locais” e o reforço da “resiliência dos ecossistemas” desta região.
“Este processo, aliado a novas metodologias de reflorestação, melhora significativamente a capacidade de infiltração de água no subsolo e reduz a evapotranspiração, revertendo ou desacelerando o processo de desertificação”, justifica.
Segundo a CIM, haverá ainda “ganhos significativos ao nível da eficiência energética e rentabilidade económica, em contraste com as práticas tradicionais de reflorestação”.
O secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho, sublinha que se trata de “mais um projeto, com efeito demonstrador, que associa soluções tecnologicamente avançadas com benefícios para o ecossistema” da região.
No seu entender, “associado a outros projetos dinamizados pela CIM Viseu Dão Lafões”, como o Life Landscape Fire e o Climalert, este tem “um grande simbolismo”, porque permita afirmar a região, em termos europeus, “como um território proativo no desenvolvimento e testagem de soluções piloto, com benefícios no domínio do combate aos efeitos das alterações climáticas e na proteção da biodiversidade”.
O projeto, que vai desenvolver-se durante 36 meses e está orçado em cerca de 2,25 milhões de euros, é financiado pelo Programa para o Ambiente e a Ação Climática (LIFE).
Além da CIM Viseu Dão Lafões, participam neste projeto a empresa pública Gesplan, o Cabildo de Gran Canária, o Instituto Canario de Investigaciones Agrarias, o Instituto Tecnológico de Canarias, a Universidad de La Laguna, a Heredad de Aguas de Arucas y Firgas e o Centro de Investigación Ecológica y Aplicaciones Forestales de Cataluña.