Começar o ano a poupar

1802

 

A chegada de um novo ano é uma altura propícia para se fazer um balanço sobre o ano anterior e procurar fazer algumas mudanças comportamentais adotando um plano de poupança que permita fazer face a eventuais adversidades futuras.

O número de pedidos de ajuda junto do Gabinete de Proteção Financeira da DECO tem vindo a aumentar na zona Centro do país verificando-se a dificuldade das famílias para fazerem face ao cumprimento das suas obrigações de crédito.

Deixamos algumas dicas para que em 2019 os consumidores melhorem a sua gestão orçamental familiar:

Começar por fazer um orçamento familiar, onde se incluam todas as despesas do agregado de forma a avaliar a sua situação económica.

O registo das despesas permite perceber quais os gastos supérfluos que se podem evitar.

A decisão de redução de despesas deve ser tomada com o auxílio e concordância de todos os membros do agregado para que os mais novos aceitem com maior facilidade as mudanças pelas quais também serão responsáveis.

Separar, mensalmente, uma parte do rendimento para poupança, por exemplo, 10%;

Não ceder a compras impulsionadas por vendas agressivas ou por insistência dos mais pequenos, é importante saber dizer “Não!”

As prestações dos créditos não devem ultrapassar 35-40% de todas as despesas pelo que é importante reaprender a viver com menos em caso de desemprego ou redução de salários. Recorrer ao crédito a fim de manter o nível de vida anterior à situação de dificuldade financeira pode agravar a situação económica transformando-a numa situação de endividamento ativo, na medida em que a necessidade de recorrer ao crédito para liquidar anteriores créditos se torna uma bola de neve;

O recurso ao crédito deve ser consciente e ter em consideração a instituição financeira que concede um crédito ao menor preço, através de comparações.

  • Junto das respetivas entidades, o consumidor também poderá tentar a renegociação de contratos de telecomunicações, seguros de saúde, seguros de vida e automóvel, a conversão de contas à ordem em contas de serviços mínimos bancários a fim de evitar as comissões e anuidades do cartão de débito.

Se não obtiver sucesso na renegociação de créditos que se encontrem em incumprimento, pode sempre contactar o Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da DECO (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor) e procurar reestruturar o seu plano de pagamentos.

Este gabinete dá apoio às famílias de sobreendividamento passivo, ou seja, famílias que se encontram numa situação de endividamento por motivos alheios e fortuitos à vontade do consumidor, como por exemplo, desemprego, doença, redução de salário, doença, viuvez, separação/divórcio, entre outros, e quando não têm processos em tribunal relativamente a essas mesmas dívidas. Às restantes famílias (de sobreendividamento ativo, que são aquelas que negligentemente se endividam) fornecemos informação e orientação financeira.

Tânia Vieira – Jurista

DECO Coimbra

Os leitores interessados em obter esclarecimentos relacionados com o Direito do Consumo, bem como apresentar eventuais problemas ou situações, podem recorrer à DECO, bastando, para isso, escreverem para DECO – Gabinete de Apoio ao Consumidor – Rua Padre Estêvão Cabral, 79-5º, Sala 504-3000-317 Coimbra.