A chegada de um novo ano é uma altura propícia para se fazer um balanço sobre o ano anterior e procurar fazer algumas mudanças comportamentais adotando um plano de poupança que permita fazer face a eventuais adversidades futuras.
O número de pedidos de ajuda junto do Gabinete de Proteção Financeira da DECO tem vindo a aumentar na zona Centro do país verificando-se a dificuldade das famílias para fazerem face ao cumprimento das suas obrigações de crédito.
Deixamos algumas dicas para que em 2019 os consumidores melhorem a sua gestão orçamental familiar:
• Começar por fazer um orçamento familiar, onde se incluam todas as despesas do agregado de forma a avaliar a sua situação económica.
• O registo das despesas permite perceber quais os gastos supérfluos que se podem evitar.
• A decisão de redução de despesas deve ser tomada com o auxílio e concordância de todos os membros do agregado para que os mais novos aceitem com maior facilidade as mudanças pelas quais também serão responsáveis.
• Separar, mensalmente, uma parte do rendimento para poupança, por exemplo, 10%;
• Não ceder a compras impulsionadas por vendas agressivas ou por insistência dos mais pequenos, é importante saber dizer “Não!”
• As prestações dos créditos não devem ultrapassar 35-40% de todas as despesas pelo que é importante reaprender a viver com menos em caso de desemprego ou redução de salários. Recorrer ao crédito a fim de manter o nível de vida anterior à situação de dificuldade financeira pode agravar a situação económica transformando-a numa situação de endividamento ativo, na medida em que a necessidade de recorrer ao crédito para liquidar anteriores créditos se torna uma bola de neve;
• O recurso ao crédito deve ser consciente e ter em consideração a instituição financeira que concede um crédito ao menor preço, através de comparações.
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Junto das respetivas entidades, o consumidor também poderá tentar a renegociação de contratos de telecomunicações, seguros de saúde, seguros de vida e automóvel, a conversão de contas à ordem em contas de serviços mínimos bancários a fim de evitar as comissões e anuidades do cartão de débito.
Se não obtiver sucesso na renegociação de créditos que se encontrem em incumprimento, pode sempre contactar o Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da DECO (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor) e procurar reestruturar o seu plano de pagamentos.
Este gabinete dá apoio às famílias de sobreendividamento passivo, ou seja, famílias que se encontram numa situação de endividamento por motivos alheios e fortuitos à vontade do consumidor, como por exemplo, desemprego, doença, redução de salário, doença, viuvez, separação/divórcio, entre outros, e quando não têm processos em tribunal relativamente a essas mesmas dívidas. Às restantes famílias (de sobreendividamento ativo, que são aquelas que negligentemente se endividam) fornecemos informação e orientação financeira.
Tânia Vieira – Jurista
DECO Coimbra
Os leitores interessados em obter esclarecimentos relacionados com o Direito do Consumo, bem como apresentar eventuais problemas ou situações, podem recorrer à DECO, bastando, para isso, escreverem para DECO – Gabinete de Apoio ao Consumidor – Rua Padre Estêvão Cabral, 79-5º, Sala 504-3000-317 Coimbra.