Os municípios de Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo e Sátão decidiram seguir o exemplo de Viseu e avançar com a pré-adesão às Águas do Douro e Paiva, anunciou hoje a câmara da capital de distrito.
Representantes dos cinco municípios estiveram reunidos hoje à tarde, em Viseu, para falar sobre o abastecimento de água à região.
Segundo a Câmara de Viseu, presidida por Fernando Ruas, depois de “esclarecidos os aspetos técnicos e de metodologia, [os municípios] decidiram que iriam manifestar a pré-adesão às Águas de Douro e Paiva, no que concerne ao abastecimento de água em alta dos seus territórios”.
Viseu já tinha realizado a pré-adesão, “seguindo-se agora a formalização individual dos restantes”, acrescentou.
No mês passado, Fernando Ruas garantiu aos jornalistas que a Câmara de Viseu iria aderir à Águas do Douro e Paiva mesmo que as autarquias vizinhas não a acompanhassem, por esta ser a solução mais rápida e barata para o abastecimento em alta.
“Temos é que avançar. Isto é uma lição importante. Por causa destas situações é que chegámos de 2016 a 2022 com uma mão cheia de nada”, lamentou, na altura.
Fernando Ruas referia-se ao facto de, em junho de 2016, ter sido celebrado um protocolo entre os municípios de Viseu, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão, Vila Nova de Paiva, São Pedro do Sul e Vouzela para a constituição da Empresa Intermunicipal Águas de Viseu. Para o efeito, foram realizados estudos no valor de 226.959 euros (com IVA) mas, em setembro de 2018, os municípios de Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo enviaram um ofício à Câmara de Viseu a informar que não pretendiam aderir à empresa, o que inviabilizou a sua constituição.
Assim, em julho de 2019, os municípios de Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Sátão e Viseu assinaram um protocolo para a constituição de uma empresa multimunicipal de captação, tratamento e fornecimento de água. Neste âmbito, foram realizados estudos no valor de 87.822 euros (com IVA).
“A empresa não teve nenhum passo. A oito [municípios] morreu, a cinco nunca foi formalizada. Por isso é que eu digo: se por acaso não queriam que este presidente ou outro qualquer tivesse outra posição, que agora contestam, tivessem andado”, afirmou Fernando Ruas.
No seu entender, a água “ficará mais barata” com a adesão à Águas do Douro e Paiva, do que se fosse constituída a empresa intermunicipal.
“Isso para mim é importante, mas é secundário. Eu quero é que daqui por dois, três anos, haja água em Viseu. Porque se houver uma seca como aquela que houve em 2017 ninguém está a perguntar se ela é mais cara dez cêntimos ou onze cêntimos, temos é de garantir a água a Viseu”, considerou.
Por outro lado, esta será uma solução que se concretizará “entre dois a três anos”, enquanto com a empresa plurimunicipal “nem daqui por seis”, acrescentou.