O Ciclo de Fotografia do Museu de Lamego, que tem início no sábado e que termina em fevereiro de 2020, vai alargar-se a três espaços do Vale do Varosa, que terão exposições em simultâneo.
Além do Museu de Lamego, a sétima edição do Ciclo de Fotografia terá exposições no Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, na Torre Fortificada de Ucanha e no Convento de Santo António de Ferreirim.
Esta edição tem curadoria dos fotógrafos Manuela Matos Monteiro e João Lafuente e é dedicada aos 500 anos da viagem de circum-navegação, por Fernão de Magalhães.
O Convento de Santo António de Ferreirim, no concelho de Lamego, acolherá a exposição coletiva “O mar que nos liga”, enquanto a Torre Fortificada de Ucanha, no concelho de Tarouca, receberá “Há ir e voltar”, de Lucília Monteiro.
No Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, no concelho de Tarouca, estará patente a exposição coletiva de fotografia mobile (tirada com dispositivos móveis) “A circum-navegação na palma da mão” e, no Museu de Lamego, as “Três cidades de Marrocos”, a partir das fotografias e livro de Vergílio Correia.
A última exposição “evoca o livro com o mesmo nome de Vergílio Correia (1888-1944), resultante da viagem de estudo que o investigador e historiador de arte realiza a Marrocos, em 1923, destinada a observar a influência mauritanense sobre arte portuguesa do começo do século XVI”, explica o Museu de Lamego.
Em junho, os fotógrafos Manuela Matos Monteiro e João Lafuente revisitaram Azamor, El Jadida (antiga Mazagão) e Safi “para uma exposição que põe em relevo o diálogo entre as fotografias tiradas por Vergílio Correia durante a sua viagem e o registo contemporâneo dos dois fotógrafos”, que são embaixadores do Museu de Lamego e responsáveis pela curadoria das quatro exposições do ciclo deste ano, acrescenta.
Segundo o Museu de Lamego, “figura ímpar da cultura portuguesa do século XX, nos domínios da história da arte, arqueologia e etnografia, Vergílio Correia deixou um legado imenso e incontornável”.
Quando se celebram os 500 anos da viagem da circum-navegação, o museu quis sublinhar “as facetas de viajante e fotógrafo do investigador, que nutria especial afeto por Lamego” e de onde se considerava filho adotivo.
Vergílio Correia foi “responsável por algumas das obras de maior referência e decisivas para a história da arte da cidade e região envolvente” e, “por feliz coincidência, a obra Artistas de Lamego é publicada em 1923, no mesmo ano em que viaja a Marrocos”, sublinha.
O investigador “passava largas temporadas na quinta que possuía na Penajóia” e, nas décadas de 1920-40 do século XX, era “uma presença assídua no Museu de Lamego, a pretexto das suas pesquisas e da amizade que o unia ao antigo diretor do museu, João Amaral”, e que “os levava a calcorrear juntos a região de lés-a-lés”, acrescenta.
Com inauguração marcada para o dia do seu aniversário de nascimento, a exposição ficará patente no Museu de Lamego até 23 de fevereiro de 2020.
Está previsto que depois siga para o Museu Monográfico de Conímbriga e, posteriormente, para Marrocos, onde será apresentada em Rabat, El Jadida e Safi.