CÉLULAS ESTAMINAIS DO TECIDO DO CORDÃO UMBILICAL REVELAM-SE EFICAZES NO TRATAMENTO DA PTI REFRATRÁRIA

Um ensaio clínico conduzido por um grupo de investigadores revelou resultados positivos no controlo da evolução da Púrpura Trombocitopénica Imune (PTI) Refratária, com recurso à injeção anual de células estaminais do tecido do cordão umbilical. O objetivo do estudo é encontrar uma alternativa terapêutica para os doentes que, mesmo após a remoção do baço, continuam a apresentar baixa contagem de plaquetas.

O estudo incluiu quatro doentes diagnosticados com PTI, com idades entre os 26 e os 54 anos, aos quais foram administradas células estaminais do tecido do cordão umbilical por via intravenosa. Duas semanas após a administração das células estaminais, verificou-se que os quatro doentes apresentavam uma contagem de plaquetas superior à inicialmente verificada. Durante os dois anos seguintes, confirmou-se que um dos doentes se manteve em remissão completa, apresentando uma contagem de plaquetas adequada após a infusão inicial. Nos outros três doentes verificou-se, um ano após a infusão, uma baixa contagem de plaquetas, tendo sido realizada uma nova infusão que garantiu resultados positivos até ao final do estudo. Esta nova abordagem terapêutica evita a ocorrência hemorragias nestes doentes.

“Este estudo representa um esperançoso ponto de partida para a descoberta de um tratamento totalmente eficaz em doentes com PTI Refratária. Os resultados positivos deste estudo sugerem que a infusão de células estaminais, anualmente, pode ser uma alternativa terapêutica viável em doentes com PTI Refratária que, contrariamente aos doentes com PTI, não respondem aos tratamentos convencionais. Apesar de não ter revertido por completo os sintomas da doença, o tratamento mostrou-se seguro e eficaz, sem relato de efeitos adversos relevantes”, explica Bruna Moreira, Investigadora no Departamento de I&D da Crioestaminal.

A Púrpura Trombocitopénica Imune (PTI) Refratária é uma doença semelhante à PTI. Em ambos os casos, os doentes apresentam trombocitopenia persistente, ou seja, uma baixa contagem de plaquetas no sangue, o que provoca uma maior ocorrência de hemorragias. A PTI pode resultar num processo assintomático, sem necessidade de tratamento ou numa situação crónica grave, que exige a remoção cirúrgica do baço. Contrariamente à PTI Refratária, que se caracteriza pela manutenção de baixas contagens de plaquetas mesmo após a remoção do baço. O baixo número de plaquetas deve-se à taxa anormalmente elevada de destruição das mesmas, que ocorre no baço, sendo o principal sintoma desta doença é o desenvolvimento de púrpuras, hemorragias cutâneas.

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