CDS questiona Governo sobre supressão de comboios na Linha da Beira Alta

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O CDS-PP questionou o Governo sobre a supressão de três ligações do comboio Intercidades na Linha da Beira Alta, duas no sentido Lisboa-Guarda e uma no sentido Guarda-Lisboa, foi hoje anunciado.

Na pergunta dirigida ao ministro das Infraestruturas e Habitação, os deputados do CDS-PP João Pinho de Almeida e João Gonçalves Pereira querem que o governante confirme a supressão das três ligações do Intercidades da Linha da Beira Alta e questionam “se é verdade que a decisão foi tomada sem qualquer consulta prévia ou sem ter sido dado conhecimento às entidades locais e regionais”.

Os deputados perguntam também se o governante “confirma que a supressão das referidas ligações é uma situação transitória”, em resposta à emergência sanitária que o país atravessa, e se a justificação para a decisão é “técnica, de saúde pública, ou outra, e, em qualquer dos casos, qual é essa justificação”.

Por fim, João Pinho de Almeida e João Gonçalves Pereira querem saber do Governo qual é a previsão temporal para a reposição das ligações ferroviárias que foram suprimidas, desde segunda-feira, na Linha da Beira Alta.

O CDS-PP reconhece tratar-se de uma decisão “que discrimina negativamente dois dos mais importantes distritos do interior e da região Centro – Viseu e Guarda -, e num momento dos mais difíceis dos últimos anos, em que o país precisa de políticas ativas de discriminação positiva em reforço da coesão territorial e não de políticas que cavem ainda mais o fosso entre litoral e interior”.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões lamentou na quarta-feira que a CP tenha suprimido três horários do comboio Intercidades, desde segunda-feira, o que considera “mais um ataque ao interior” e às suas gentes.

“O Conselho Intermunicipal da CIM Viseu Dão Lafões manifesta, de forma unânime, o seu repúdio por tal decisão, exigindo a reposição imediata dos horários suprimidos, mantendo em funcionamento a operação até aqui desenvolvida”, referiu aquela organização, em comunicado.

Em resposta à agência Lusa, a CP disse que, “no cenário de retoma gradual da atividade económica do país”, a empresa “não repôs a oferta habitual a 100% nesta ligação”.

“Assim, desde o passado dia 31 de maio, as ligações Lisboa – Guarda passaram a ser asseguradas por dois comboios Intercidades, por sentido. A CP vai manter diariamente a monitorização da procura destes serviços para introduzir eventuais alterações ou reforços de capacidade, sempre que a evolução da procura o justifique”, indicou.

A ministra da Coesão Territorial afirmou, na quarta-feira, em Viseu, tratar-se de uma “interrupção temporária”.

“Fiz uma articulação com o Ministério das Infraestruturas e Habitação, no caminho [para Viseu], e o que nos foi garantido é que estamos a falar de uma interrupção temporária e que terá sido feita no período da pandemia por falta de procura, que não é mais nada do que isso e que será retomada. Nós todos acompanharemos isso”, explicou Ana Abrunhosa aos jornalistas.