A carreira do diretor de fotografia Acácio de Almeida será revisitada durante o festival de cinema Vista Curta, que decorrerá entre 10 e 14 de outubro, anunciou hoje o Cine Clube de Viseu.
“Vamos conseguir tê-lo como parte do júri que vai analisar curtas-metragens e a participar em projeções de filmes em que ele trabalhou”, disse Rodrigo Francisco, dirigente do Cine Clube de Viseu, durante a apresentação da programação do festival, que inclui competição de curtas, cine concertos, um programa para escolas e a presença de vários realizadores.
Durante o Vista Curta, serão apresentadas três longas-metragens nas quais Acácio de Almeida trabalhou, nomeadamente “À flor do mar” (1986), de João César Monteiro, “Máscaras” (1976), de Noémia Delgado, e “Trás-os-Montes” (1976), de António Reis e Margarida Cordeiro.
“São filmes sem os quais não é possível falar da história do cinema português”, sublinhou Rodrigo Francisco, acrescentando que Acácio de Almeida nasceu há 85 anos em Souto, no concelho de Penedono, fez parte dos seus estudos em Viseu e depois foi estudar Cinema para Lisboa, onde se radicou.
A competição de curtas-metragens locais (realizadas em Viseu ou por autores do distrito) continua a ser um dos focos do Vista Curta.
Segundo José Pedro Pinto, também responsável do Cine Clube de Viseu, candidataram-se 20 ‘curtas’ de produção local, das quais foram escolhidas quatro (sendo três de animação): “O semeador de arbolapolis”, de Pedro Araújo, “Memórias de pau-preto e marfim”, de Inês Costa, “A febre de Maria João”, de Afonso Rapazote e Bernardo Rapazote, e “Quase me lembro”, de Miguel Lima e Dimitri Mihajlovic.
No que respeita à vertente nacional da competição, José Pedro Pinto frisou que este foi o ano em que o Cine Clube de Viseu recebeu mais candidaturas, cerca de 340 filmes, dos quais foram escolhidos onze.
“Why are you image plus”, de Diogo Baldaia, “As gaivotas cortam o céu”, de Mariana Bártolo e Huillermo Garcia Lopez, “Um caroço de abacate”, de Ary Zara, “As lágrimas de Adrian”, de Miguel Morais Cabral, e “Autoerótico”, de João Martinho, foram alguns que destacou.
Além destas, “haverá várias outras curtas-metragens, que refletem uma grande versatilidade de programação, com filmes experimentais, histórias mais narrativas, mais convencionais, e também animações”, realçou José Pedro Pinto.
O júri inclui Acácio de Almeida, o realizador Mário Gajo e a investigadora da Universidade do Porto e sócia do Cine Clube de Viseu Helena Barbosa.
Rodrigo Francisco sublinhou que, além dos prémios monetários da competição local e da competição nacional (1.500 euros cada), mais uma vez haverá o prémio Primeira Vista, que será atribuído por jovens de escolas de Viseu e que consiste numa escultura de Liliana Velho.
No seu entender, apesar de não ser monetário, este prémio, que existe desde 2021, é muito importante, porque “é urgente saber o que os jovens pretendem ver no ecrã”, qual “o tipo de linguagem cinematográfica que lhes interessa mais”.
“Não podemos só olhar para as pessoas que já são consumidoras de cultura”, defendeu o responsável, acrescentando que este prémio “dá responsabilidade àquela que vai ser a próxima geração”.
Os filmes vencedores serão anunciados na noite de 14 de outubro. Na altura será apresentado o filme “A Sibila”, de Eduardo Brito, adaptado do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís.