O presidente da Câmara de Viseu anunciou que vai manter por mais um fim de semana o serviço de entrega de comida no município por taxistas, apesar de o concelho já não estar em confinamento.
“O ‘Viseu entrega’ foi um enorme sucesso este fim de semana. Estamos a falar de cerca de 300 serviços feitos pelos taxistas, o que não deixa de ser um número interessante para um projeto que foi levantado em três dias”, no âmbito das medidas de combate à pandemia de covid-19, disse António Almeida Henriques.
O autarca falava aos jornalistas, à margem da apresentação da programação de Natal, sobre o serviço que foi disponibilizado no último fim de semana e que “mobilizou mais de 50 restaurantes de todo o concelho” (e não apenas da cidade), tendo sido registados “pedidos de praticamente todas as freguesias”.
As contas ainda não estão feitas na autarquia, “porque os taxistas ainda não as apresentaram”, mas, segundo o edil, “o serviço é para ser pago a custo normal da tarifa, sendo que ao fim de semana são quatro a cinco euros no perímetro da cidade, mas há três perímetros distintos” no concelho.
Este serviço “pode ser uma lição de como a união faz a força” e tendo em conta que “a Câmara já tem a plataforma instalada e pronta a funcionar”, Almeida Henriques desafiou os parceiros, AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) e ANTRAL (Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros) a “assumir a sua gestão”.
Para o autarca, “em tão pouco tempo era difícil sensibilizar” o universo de mais de 80 taxistas do concelho, “mas a verdade é que mais de 40 aderiram” ao projeto e, por isso, o município “assegura mais um fim de semana”, mas depois seria bom “que a AHRESP e a ANTRAL criassem um serviço de entregas sem comissões”.
A Câmara está “disponível para apoiar a criação desse serviço no concelho de Viseu” e, depois, alargá-lo “aqui à volta”, sendo o táxi “um elemento de ligação”.
No fundo, pretende-se “conseguir três objetivos: ajudar os restaurantes e os taxistas e dar uma plataforma sem comissões ou comissões mais reduzidas”, sintetisou.
A conferência de imprensa contou com a presença de um dos vice-presidentes da AHRESP, representante da região, Jorge Loureiro, que prometeu levar o desafio junto dos restantes responsáveis da associação.
“Uma das nossas lutas a nível nacional é precisamente essa, porque há um custo de acesso para os restaurantes e depois uma comissão de 25% a 30%, ou seja, uma refeição que tem um custo de 10 euros, três são para a plataforma”, contou.
Jorge Loureiro defendeu que “as plataformas têm o mérito de terem desenvolvido e despertado a oportunidade”, mas considerou que, no momento que se vive, “é inaceitável haver este oportunismo de aumentar as tarifas de entrada e estas comissões” quando “devia haver bom senso”.
Este responsável da AHRESP não poupou elogios à autarquia, sustentando que “este tipo de iniciativas vai muito para além dos números apresentados, porque estimula o consumo na restauração, porque houve muita gente que habitualmente ao fim de semana não consome na restauração e este fim de semana acabou por o fazer”.