A Câmara de Viseu quer que o aeródromo municipal comece a equilibrar a suas contas e deixe de “ser deficitário” em cerca de 200 mil euros por ano, disse o presidente da autarquia, Fernando Ruas.
Na reunião de câmara, foi aprovada a alteração à fórmula de cálculo de venda ao público de combustível de aviação e a redução das taxas de aterragem e descolagem.
Fernando Ruas explicou aos jornalistas que o objetivo foi alterar condições “para possibilitar pretensões de investimento que estão neste momento” a ser equacionadas.
“Temos uma série de pedidos para investimentos no aeródromo. Temos pedidos de investimentos de gente que quer para cá transferir a sede de empresas”, avançou.
Segundo o autarca social-democrata, “o aeródromo tem que estar cada vez mais atrativo”, na condição de, futuramente, “equilibrar as contas”.
“Cada vez ele é menos deficitário”, afirmou Fernando Ruas, considerando que “há de ser com contributos destes, com gente que faça lá as suas ações e que pague por isso”, que o objetivo de equilibrar as receitas com as despesas será atingido.
Fernando Ruas disse que “o aeródromo é uma âncora de desenvolvimento, com potencialidades futuras, mas está a sair do esforço dos viseenses”, do orçamento camarário.
No que respeita à pretensão antiga de ampliação do aeródromo, o autarca admitiu que “é uma utopia” pensar que será um investimento possível apenas com o orçamento da autarquia.
“O investimento não é suportável por uma câmara, de modo nenhum”, sublinhou, considerando que o aeródromo deveria ser considerado “um equipamento supramunicipal ou até supra Comunidade Intermunicipal (CIM)”.
O autarca contou que houve uma reunião com outras duas CIM “no sentido de potenciar o aeródromo, que é um equipamento que pode alargar a sua ação vantajosa até ao Douro e à Serra da Estrela”.
“O aeródromo só tem a possibilidade de alargamento e de chegar a esse objetivo se houver investimento, mas que seja supramunicipal. Ou então se houvesse um programa que financiasse isso, porque com o orçamento camarário não é possível”, acrescentou.
Na reunião foi também aprovada, com os votos contra dos vereadores do PS, a alteração do Plano Diretor Municipal.
Segundo Fernando Ruas, de mais de 1.200 propostas, foram aprovadas 30%, portanto, os membros da equipa que liderou o PDM “não foram inflexíveis”.
O antigo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) explicou que esta alteração era obrigatória, decorrendo de legislação de 2014 que “impunha uma redução do perímetro urbano”.
Não a fazer, teria “consequências terríveis” para os municípios, como “a suspensão do direito de candidatura a apoios financeiros comunitários” e “a suspensão das normas dos planos territoriais que estavam em vigor”, acrescentou.
O PS votou contra a alteração, por apenas terem sido dadas 48 horas para analisar o documento.