O presidente da Câmara Municipal de Viseu disse ontem que a autarquia investiu mais de dois milhões de euros no início do ano letivo, um valor “seguramente superior ao ano anterior”, devido à covid-19.
“Ainda a procissão vai no adro, mas não tenho dúvidas de que este ano escolar nos traz um acréscimo de custos face ao ano anterior. Aliás, fazendo a contabilização semanalmente, já ultrapassámos os dois milhões de euros com a covid-19”, afirmou António Almeida Henriques, referindo-se aos gastos globais motivados pela pandemia, em vários setores.
Uma outra parcela de dois milhões de euros, que soma as medidas da pandemia ao habitual funcionamento das escolas, foi investida devido ao arranque do ano letivo, segundo o presidente do município, que não indicou o investimento no arranque do ano letivo passado.
O autarca falava aos jornalistas após uma reunião de câmara semanal onde foi debatido o início do ano letivo, que arrancou hoje no concelho, admitindo que o investimento no novo período escolar poderá aumentar.
“Nestes dois milhões estão os valores que já aprovámos, desde os transportes escolares, as refeições escolares, o apoio aos agrupamentos para comprar material de higienização. É bom que fique claro que foi a autarquia que subsidiou os agrupamentos para a aquisição de material de higienização”, assumiu.
Almeida Henriques alertou para “alguns casos em que, em reuniões com associações de pais, as escolas solicitaram aos pais um contributo para esse efeito”, o que, no seu entender, “não está correto”
“Não há necessidade de os pais darem nenhum contributo”, apontou o autarca, acrescentando que “se for necessário, ao longo do ano, será feito um reforço” a esse nível nas escolas.
Entre os investimentos concretizados pela autarquia estão “máscaras para complementar as que o Ministério da Educação disponibilizou, sinalética nas escolas para um melhor acesso, transportes especiais, caixinhas para a alimentação e os tabuleiros para receberem as suas caixinhas individualizadas para poderem manter o seu distanciamento físico”.
“Higienização das escolas, promovendo a pintura de muitas salas de aulas, que é a melhor fórmula para higienizar as salas de aulas, e termómetros, porque implementámos a obrigação de medir a temperatura à entrada”, acrescentou.
O autarca anunciou também a contratação de 30 tarefeiros para apoiar os diferentes estabelecimentos de ensino, uma vez que “são necessários para fazer face às situações de défice” e “a verdade é que, até ao dia de hoje, o reforço por parte do Ministério da Educação foi um redundante zero”.
“[Quanto aos] tarefeiros que estão agora a ser contratados, estamos a recorrer aos mecanismos que estão à nossa disponibilização, em alguns casos em articulação com a associação de pais ou juntas de freguesia ou associações, porque estávamos a contar que o Ministério da Educação reforçasse. O que é certo é que não reforçou”, reiterou.
Assim, explicou, “só dentro de dias é que haverá quantificação” do valor total do investimento, uma vez que “a contratação desses tarefeiros é um valor que vai acrescer” ao montante de cerca de dois milhões.
“Queremos, acima de tudo, que o ano escolar corra da melhor maneira e a prioridade são as nossas crianças e jovens. Se tiver de deixar de fazer uma obra para reforçar o orçamento da Educação para tudo correr da melhor maneira, não hesito. Se os 30 [tarefeiros] não chegarem, contratam-se mais”, assegurou.