O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, disse hoje que estranha a falta de concurso para a ligação aérea do Interior a Tires e a Portimão, uma vez que termina em fevereiro o atual contrato.
“A falta de concurso para o avião que faz, neste momento, a ligação de todo o Interior do país, de Bragança para Vila Real, Viseu e depois Tires e Portimão também ainda não se sabe nada sobre o concurso e ele termina em fevereiro”, afirmou Fernando Ruas.
O presidente social-democrata da Câmara Municipal de Viseu disse hoje aos jornalistas que, a par do fim do funcionamento noturno do helicóptero do instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), este “é mais um contributo para a coesão”.
“Acho que os critérios são esses”, quando as pessoas do Interior “mais precisam de meios, eles são retirados (…) O porquê de ainda não se fazer o concurso do serviço de aviação, que é uma alavanca – e toda a gente o reconhece – do Interior do país”, sublinhou.
Fernando Ruas disse que se a Câmara de Viseu “pudesse comprar um ou dois helicópteros, fazia-o, se a Câmara pudesse promover um concurso a expensas [suas], também o fazia, para que houvesse ligações aéreas”.
“Não o podendo fazer, lanço daqui o meu repto ao Governo a perguntar-lhe o que é isto da coesão? Se é com este tipo de decisões que vamos esbatendo as assimetrias? Não é, seguramente, vamos escavando-as cada vez mais”, sustentou.
“Não se pode tratar assim o Interior, não é possível tratar o Interior desta maneira”, já que “as poucas coisas” que as populações vão “valorizando” são “retiradas ou desconhece-se” o futuro.
“Toda a gente achava que a linha aérea estava sempre cheia, com as vantagens que daí advém, e de repente não sabemos nada sobre o concurso, não há nenhuma informação”, afirmou.
A linha aérea diária regional entre Bragança, Vila Real, Viseu, Tires e Portimão arrancou em 23 de dezembro de 2015.